O GOLPE FALHADO CONTRA O REGIME JES/MPLA I
No passado dia 6 de Dezembro do ano em curso, o juiz João António Eduardo Agostinho, proibiu os jornalistas que se tinham apinhado em frente da 14ª Secção de Crimes Comuns do Tribunal Provincial de Luanda (SCCTPL) de acompanhar as audiências e a produção de provas do “Processo dos 37”. O aludido processo criminal, que se estendeu no tempo em preparatórias secretas desde já há mais de um mês é, nada mais nada menos, o que resultou num julgamento que começou no dia 2 de Dezembro na SCCTPL. Montado em baixíssima surdina nos meandros mais secretos do poder judicial, todo o seu dossiê se refere a um verdadeiro atentado à vida do general supremo, exactamente, à vida do presidente José Eduardo dos Santos! Desta vez não há ficção a apoiar uma falsa realidade, ou melhor, a apoiar a inexistência de realidade, como foi o caso no Processo dos 17+2 revús. Neste caso é pão-pão, queijo-queijo, num rol de factos que não foi possível esconder. Mas, enfim, tudo foi feito para que eles fossem o mais discretamente possível levados a público, o que foi conseguido durante algum tempo, mas não bastava, razão pela qual o juiz da causa interditou os jornalistas de meterem o bico no que se está a passar na sala de audiências, ali, onde estão a ser julgados os 37 indivíduos, ex-militares, literalmente acusados de crime de tentativa de destituição do presidente da República, associação de malfeitores e posse ilegal de arma de fogo, indivíduos que, de facto, ousaram tomar de assalto o Palácio Presidencial com o intuito de, pelo menos, depor o PR, talvez matá-lo e instaurar em Angola um poder político de transição, liderado certamente pelos mentores desta intentona, que, manifestamente, falhou. Portanto, se até agora pouco se sabia do caso, doravante nada mais vamos saber até ao último dia do julgamento. E depois também não.