MORRER ANTES DE UM MÊS DE VIDA
Provavelmente a próxima análise estatística às questões de saúde irá colocar Angola como um dos melhores países do mundo. Basta para isso que, por determinação superior do ministro da Saúde (em conformidade com as ordens superiores), se analise apenas o que se passa a nível do clã familiar de José Eduardo dos Santos. Para a mortalidade neonatal (probabilidade de morrer antes de atingir um mês de vida) está estimada – sempre de acordo com os dados encomendados ao INEA - em 24 mortes por cada mil nados vivos, enquanto a mortalidade pós-neonatal (probabilidade de morrer entre o primeiro mês de vida e antes de completar um ano) estima-se em 20 óbitos para cada mil crianças nascidas vivas. “Em cada 1.000 crianças que completam o primeiro ano de vida, 25 morrem entre o primeiro e o quinto aniversário (1-59 meses)”, adianta ainda o documento. Recorde-se, qual gato escondido com o rabo de fora, que o IIMS 2015-2016 tem como objectivo (se fosse algo de sério) fornecer informações actualizadas relativamente à situação dos homens, mulheres e crianças e medir o estado actual dos indicadores-chave, que vão permitir Angola avaliar os progressos alcançados no que diz respeito aos Objectivos do Desenvolvimento do Milénio e ao Plano nacional de Desenvolvimento Sanitário 2012-2025. Com estes dados, que ninguém imparcialmente auditou ou validou, numa comparação com cinco países da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) - Namíbia, Zâmbia, República Democrática do Congo, Lesoto e Moçambique -, o inquérito revela que (disparem os foguetes) Angola está atrás apenas da Namíbia. Curiosamente, no sistema de multiplicação da mentira, a Lusa transcreve o relatório, e como não tem (nem quer ter, nem pode ter) capacidade crítica para contraditar os dados, coloca-os no ar e pelo universal sistema da lei do menor esforço – o “copy paste” - o mundo come de cebolada a estratégia propagandística do regime an-