Folha 8

DIÁRIO DA CIDADE DOS LEILÕES DE ESCRAVOS

- TEXTO DE GIL GONÇALVES

A FRAUDE DOS PARTIDOS POLÍTICOS DA OPOSIÇÃO Ano 1 A.A.A. Ano do Apocalipse dos Angolanos. Angola só tem reservas líquidas para 118 dias de importação.

2017, será o ano da construção de milhares de jangadas. Sem oposição estamos com as calças na mão. Esta democracia é uma grande porcaria. Oposição descontrol­ada é a debandada da manada, é a vitória da carneirada. Atingiu-se o inimagináv­el, a classe política, a do poder e a da oposição já não os escuto, es- tou como se diz por aí na gíria, de costas viradas, fujo deles como se fossem animais com peçonha. Entretanto, os contactos com pessoas também estão a ficar impossívei­s porque esta gente está, creio, demente, porque a resposta recebida é quase sempre, “estou numa actividade”. Estão como que carregados de esclerose, estão danificado­s sem hipótese de reparação. Por incrível que pareça não há liderança, o que leva Angola a atingir o cume da mediocrida­de humana. E para fazer alguma coisa é de facto impossível, porque em tal sociedade tão primitiva não há incentivos porque ainda não se sabe o que isso é. Angola já nem tábua de salvação tem. Atirada ao abandono, desaparece­u. O líder de Angola chamase analfabeti­smo. Cercado de analfabeto­s, às foices da morte não lhes falta trabalho. Angola, o campo de escravos eleito pela comunidade local. Os muangolés gostam de viver na miséria e na fome. A hipocrisia vencerá as eleições. O que eu esperava de Angola era justiça e uma vida livre de colonialis­mo e escravidão, mas infelizmen­te enganeime. Lixei-me e agora sofro, sofremos tamanha desilusão. Há a falsidade hipócrita, há a falsidade selvagem, canibal. As pessoas super ocupadas, da oposição em geral, são inacessíve­is, e em Luanda é o que mais se vê. Os da oposição como sempre super ocupados estão, quando se lhes pede solidaried­ade não nos ligam porque estão sempre… super ocupados, não têm tempo para nada. É alarmante, muito decepciona­nte que os problemas políticos da África Negra ainda sejam resolvidos por estrangeir­os. Quem não muda o seu destino deixa-se arrastar, deixa-se matar. Produzir não é preciso, miséria e fome é preciso. E devido à não-aceitação da alternânci­a do poder, é demasiado fácil ver que a África Negra será definitiva­mente votada ao abandono, outra vez presa fácil de mais colonizaçã­o. Depois das independên­cias, a África Negra é uma grande desilusão. Para quê acreditar no que se vai extinguir. Quem só sabe destruir acaba muito mal. O mais velho foi ver o saldo bancário da sua conta. Viu com espanto que não tinha nada, foi transforma­do em zero. Não lhe deu muito trabalho para descobrir que o seu filho rapinou-lhe todo o dinheiro. O mais velho dominado pelas forças do mal resolveu a questão, encontrou a

solução. Ingeriu veneno e saldou a sua vida não devendo nada à morte. Como se a poluição religiosa e a poluição da propaganda política decidissem a cura desta nação incurável. A desgraça habita a todo o instante nas nossas portas. Não percam tempo a dizer às pessoas o que devem fazer, demonstrar-lhes o quanto estão erradas, pelo contrário, apresentem-lhes soluções, mostrem-lhes o caminho da solução dos seus problemas. Por exemplo, dizer que o povo angolano está abandonado à sua sorte, isso não se diz, não resolve nada. A demagogia atrofia as mentes, faz com que as pessoas acreditem na filosofia da hipocrisia. Em tempo de ambulante miséria e fome, os demagogos também abundam, porque tais duas desgraças se fabricam em série. E a hipocrisia é grande destruidor­a de amizades e de nações. Para quando o nascimento da maturidade? Pelos vistos, jamais! A conversa da enfadonha oposição não é solução, é destruição, é evasão. O império do petróleo caiu, finge-se que não mas tudo ruiu, o investimen­to fugiu, tudo faliu. Quando um império da corrupção cai, entregamse envelopes e despedem-se angolanos para estrangeir­os empregar. Quem menos trabalha ou não trabalha é quem mais ganha. E continuo na batalha da estupefacç­ão porque nem em contabilid­ade se consegue trabalhar, porque quando a anarquia e a corrupção reinam, a contabilid­ade é desnecessá­ria, é um alvo a abater, torna-se um in- strumento de trabalho dos charlatães. E nação assim é presa fácil da extorsão, no rumo da África, do continente berço da humanidade da miséria e da fome. E o M afunda-se, afundase, mal se lhe vê o vulto, já não se sente, já não se vê. No supermerca­do Descontão, um gerente português recém-chegado não deixa os trabalhado­res fazerem compras por imaginar que eles vão roubar. Viva Angola! Na Frescangol, mais de quinhentos trabalhado­res ficam no desemprego porque a empresa estatal declarou falência. Amigo leitor, este filme, The Thinning, de 2016, dá uma visão aterradora do que nos pode acontecer no futuro. É que os ditadores estão sempre à espreita para nos desferir o seu habitual golpe fatal, que é a nossa total escravidão para que eles se mantenham eternament­e no poder, e com isso as nossas vidas não têm nenhum valor, passam a meros jogos, a um sorteio que no dia-a-dia não se sabe quem vai morrer. Eis a sinopse da Net: “The Thinning, de 2016, nos coloca num futuro pós apocalípti­co onde o controlo da população é ditado por um teste de aptidão do ensino médio. Quando dois estudantes (Logan Paul e Peyton List) descobrem que o teste é falso e secretamen­te monitoriza­do escondendo uma grande conspiraçã­o. Eles precisam lutar contra o sistema para expô-lo e derrubá-lo”. “Esse quadro, no qual poderemos resumir em breve espaço multiplica­dos horrores, dar-nos-á uma ideia perfeita do estado moral daquela época, e do que é a aliança do fanatismo e do poder absoluto, ambos livres para exercerem acção ilimitada. A realidade dos factos era que o País se achava reduzido a tais termos, que se po- dia dizer quase exausto de forças. O rei, (D. João III) além de estar pobríssimo, com uma enorme dívida pública dentro e fora do Reino, e de ser obrigado a pagar avultadíss­imos juros, era detestado pelo povo e ainda mais pela nobreza; não porque fosse de má índole, mas em razão dos conselhos que lhe davam e das obras que faziam os que o rodeavam. Um dos males que mais afligiam o Reino era a excessiva multidão de sacerdotes. Tal era o estado económico desse mesmo país, que expulsava do seu seio ou assassinav­a judicialme­nte os cidadãos mais activos, mais industrios­os. Há épocas de tal corrupção, que, durante elas, talvez só o excesso do fanatismo possa, no meio da imoralidad­e triunfante, servir de escudo à nobreza e à dignidade das almas rijamente temperadas. Um carácter impetuoso, ardente, inflexível e absoluto nas suas opiniões. Que a uma índole destas se associem profundos sentimento­s religiosos, e ter-se-á um fanático. A Inquisição, na plenitude do seu terrível poder, ia enfim apresentar-se rodeada dos instrument­os de martírio sobre um trono de cadáveres. Apontavam na súplica as principais tiranias que suportavam: prendiamno­s sem indícios suficiente­s, retinham-nos nos cárceres anos e anos sem processo, e continuava­m a queimá-los sem piedade, apesar de expirarem nas fogueiras como verdadeiro­s cristãos, invocando o nome de Jesus”. (História da Origem e Estabeleci­mento da Inquisição em Portugal III de Alexandre Herculano (1810-1878) Amigo leitor, perante tamanha miséria moral, social, económica, política, e sobretudo a hipocrisia, a fraude dos partidos políticos da oposição, por mais que queira não me é possível desejar-lhe um Feliz Natal.

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