Folha 8

O FUTEBOL é DO POVO, PORTANTO, é DO MPLA

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Na nossa edição da semana passada (17.12:16) abordámos alguns aspectos menos claros do processo eleitoral instaurado para os candidatos ao pelouro supremo da Federação Angolana de Futebol. Nessas observaçõe­s incluímos uma aproximaçã­o entre futebol e política, pela singela razão de que, por vontade do regime no poder desde a Dipanda, foi instaurado no nosso país uma noção virtual a partir de uma espécie de sofisma que se pode formular do seguinte modo: “O futebol é do povo, o povo é o MPLA, portanto, o futebol é do MPLA”. No que toca ao caso pendente, podemos dizer que, numa alegoria ao que se passa na nossa vida política, estão ali representa­ntes de três tendências que existem realmente e se manifestam em surdina no seio do MPLA: a lista A é, digamos, não exactament­e a da Oposição mas a dos não amigos do partido e dos “confusioni­stas” que só sabem criticar; a lista B é dos camaradas militantes; a lista Cé a da tradição, defensora dos conceitos que estão na origem da ideologia do partido do poder. Ora, antes de mais nada diga-se que é mais que evidente o facto de os dirigentes só ocuparem cargos de chefia no desporto para “gastar” os recursos que são alocados pelo Estado e por via de patrocínio­s. Nomeadamen­te à FAF… Além disso, o futebol, actualment­e, é um produto de excelência. Gera receitas opulentas para os clubes, para as selecções e para o Estado, por isso é importante aplicar-se-lhe a ciência empresaria­l e deixar os dirigentes “pára-quedistas” na gaveta. Quem vencesse este pleito tinha, portanto, obrigação de reorientar os destinos do futebol. Repetimos, os tempos mudaram. Para os novos paradigmas de gestão tanto política como desportiva, os lugares devem ser ocupados por aqueles que mostram trabalho e não terem direito a lá estar por influência deste ou daquele homem político. Isso tem que ficar para trás e ser esquecido, pois só prejudica o futebol nacional. Foi o que aconteceu no consulado do presidente Pedro Neto e se repercutiu neste pleito, em que venceu quem não era chamado a vencer, numa manifestaç­ão mais que preocupant­e para o partido no poder. E, já agora, vejamos o que, concomitan­temente, se passou e ainda se está a passar na área dos negócios e da administra­ção dos mesmos.

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