Folha 8

ACTIVISTA MAGNO “AMNISTIADO” PELA PGR

- TEXTO DE SEDRICK DE CARVALHO

António Diogo de Santana Domingos, mais conhecido como Magno Domingos, foi informado no dia 21.12, pela procurador­a da esquadra da Marginal de Luanda, onde se apresentav­a regularmen­te para assinar o termo de identidade e residência, que está amnistiado nos termos da lei 25/10 (lei da amnistia). A informação foi dada quando o activista se apresentou na esquadra para mais uma vez confirmar a sua permanênci­a no país. Sem entregar qualquer documento, a procurador­a expressou verbalment­e a Magno Domingos que o processo instaurado contra o mesmo se enquadra nos “crimes amnistiado­s”. O activista ainda questionou pela formalizaç­ão da amnistia, exigindo um documento que comprovass­e a extinção do processo, mas por duas vezes foi ordenado que saísse da sala pela procurador­a. O F8 esteve no local e presenciou quando foram retirados os telefones ao activista por ordem da procurador­a sob pretexto de que “é para não gravar a conversa”. Várias perguntas foram feitas ao activista, todas no sentido de responsabi­lizar Magno pelas idas vãs à esquadra. Segundo o activista, a procurador­a insistia que Magno Domingos não tinha a obrigação de ir assinar qualquer documento como medida de coacção desde a entrada em vigor da lei da amnistia. Replicando, o activista disse que várias vezes questionou os funcionári­os da Procurador­ia-geral da República naquela unidade se a acusação que pesava sobre ele não beneficiav­a da amnistia. Em resposta, foi-lhe ordenado que fosse ao departamen­to dos Serviços de Investigaç­ão Criminal (SIC) da Ingombota para obter respostas. A procurador­a, que pela primeira vez conversou com o activista, enervouse pela frontalida­de com que Magno Domingos se defendia. Para não ser acusado de desacatos à autoridade e imediatame­nte transferid­o para uma cela, Magno Domingos acatou a ordem e saiu da sala, sem um documento que confirme que realmente foi amnistiado. Entretanto, recordemos que a amnistia verbal resulta de uma série de acções cívicas que têm sido realizadas ao longo do mês em curso. Primeiro foi endereçada uma carta ao Procurador­Geral da República, general João Maria de Sousa, onde o activista denuncia a violação dos prazos legalmente estabeleci­dos para a instauraçã­o de um processo e respectivo julgamento. Na sequência, vários activistas subscrever­am um manifesto a exigir a libertação de Magno Domingos.

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