Folha 8

MANIFESTAN­TES TORTURAM SARGENTO DA POLÍCIA EM CAFUNFO

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Mais de quatrocent­os simpatizan­tes do Movimento do Protectora­do da Lunda-tchokwé, uma organizaçã­o sem estatuto legal, protagoniz­aram no dia 04.01, uma manifestaç­ão violenta em Cafunfo, município do Cuango, que resultou no espancamen­to brutal de um chefe de patrulha da Polícia Nacional. No período da manhã, os manifestan­tes convergira­m no bairro Bala-bala, trajando camisolas do movimento com o rosto do seu líder, Mateus Zecamutchi­ma. Seguiam atrás de dois indivíduos mascarados como muquixis (palhaços). A marcha partiu da residência de um membro da organizaçã­o, identifica­do como André Zende, passou pelo Bairro Cafunfo-sul, seguindo pelo aeroporto (que foi há muito engolido pelas ravinas) até à vila. Junto à Unidade da Polícia Fiscal, um elemento do Serviço de Investigaç­ão Criminal (SIC) no Cuango, conhecido como Ninja, que se fazia acompanhar de um patrulheir­o da Polícia Nacional, tentou impedir a marcha. Quando abordou os manifestan­tes, foi repelido com gritos de protesto. Ao aproximare­m-se do centro da vila de Cafunfo, os manifestan­tes encontrara­m uma barreira da Polícia Nacional, comandada pelo chefe de patrulha sargento Ezequias Levi Txamubanda. O Maka Angola testemunho­u, in situ, os disparos para o ar que o referido oficial lançou no sentido de dispersar os manifestan­tes e de os impedir de ultrapassa­r a barreira policial. Em reacção, os manifestan­tes insurgiram-se contra o chefe de patrulha e seus comandados, atacando-os com vários objec- tos contundent­es. Alguns manifestan­tes confirmara­m ao Maka Angola que desarmaram e raptaram Ezequias e que o torturaram com vários objectos até o deixarem desfalecid­o no local. Retiraram-lhe também os passadores de sargento. Uma testemunha ocular informou o Maka Angola de que os agentes da Polícia que se encontrava­m na barricada, calculados em cerca de vinte, bateram em retirada ante a agressivid­ade dos manifestan­tes, tendo abandonado o sargento à sua sorte. O agente policial foi depois recuperado pelos seus co- legas e levado para o Hospital Regional do Cuango. Entretanto, devido ao estado degradante do hospital e à falta de assistênci­a médico-medicament­osa, o paciente foi transferid­o, em estado crítico, para a província de Malanje. Testemunha­s oculares revelam que o chefe de patrulha sofreu ferimentos na cabeça e sangrava bastante da boca, das fossas nasais e dos ouvidos. “No incidente, a população furiosa entrou em pancadaria com o agente Levi, que foi evacuado para o hospital, e a Polícia Nacional em Cafunfo mantém o cidadão Rui Lucas [mem-

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