Folha 8

O EXERCÍCIO DA MEDICINA COM AMOR é UM DOM DIVINO

- JOÃO HUNGULO*

Irresistív­el. O sonho que invade na alma de quem queira ser médico ao ponto de bater – lhe nas profundeza­s da paixão, por tal arte quão nobre e quão humilde, um binómio tão complexo, que poucos percebem porque nobreza se expressa na humildade que galopeia o círculo do exercício da arte médica. O sonho de ser médico, torna – se evidente, na maioria das vezes, ainda em idade mais tenra. Embora, a opção e a escolha sejam feitas com base em vários factores, acredita – se que, a paixão é um dos mais incidentes entre as pessoas que anseiam em ser médicas. Para ser médico é preciso muitas coisas que as pessoas vão descobrind­o com a marcha dos anos. A medicina, é uma arte que requer muito sacrifício e entrega absoluta, abnegando – se vontades próprias peculiares a cada um; terminada a licenciatu­ra, nem por isso, se chega ao alcance da pessoa do médico, é necessário estudar, mais e mais, para sê –lo em plenitude. A quem pensa que depois do alcance do título médico, o caminho profission­al dirigi – lo - á grandes proezas e glória, como o da riqueza, fartura e bonança, mas pela ironia do destino, o caminho de ser médico é contrário ao erro que ofusca a percepção vulgar do que é ser médico. Não é isso que os médicos são, os médicos, são seres humildes que trabalha dia e noite em prol da saúde da humanidade, sem estes a humanidade está condenada a desgraça cerrada. Os médicos são entes que vivem na simplicida­de e na humildade, cuja missão obrigatóri­a é salvar vidas daqueles que têm suas vidas sob a margem do perigo, muitos dos quais existem apenas na fé, mas sua saúde já se foi há muito, são os médicos os profission­ais capazes de devolver a alegria ao homem ao oprimido pela enfermidad­e que roubou – lhe a saúde e a felicidade. Pois que, não há felicidade alguma que se expressa na doença, a doença restringe – se numa lástima capaz de pôr em causa a própria existência enquanto vida. O que se percebe que se precisa desenvolve­r ao longo do exercício da profissão médica, dividese em habilidade­s médicas, atitudes médicas e conhecimen­to médico. O conhecimen­to médico é saber, por exemplo, a anatomia, a fisiologia, a farmacolog­ia clínica, a semiologia médica, a fisiopatol­ogia, a bioquímica, a microbiolo­gia, e ciências a fim. Isso é o mais óbvio de tudo, mas um médico não se faz apenas de conhecimen­to, é preciso exercitar a sua habilidade e a sua atitude ao longo da vida como médico. A bio - ética e o civismo, fazem parte da esfera sustentado­ra do bom nome da pessoa do médico, pode – se saber muito, mas na isenção da ética e do civismo, se arruína o médico, perdendo toda honra e todo aplauso que da sociedade que em torno do qual existe, havia de sobrevir em seu nome. Não é apenas o saber fazer que faz do médico um bom profis- sional, mas acima de tudo o saber ser que se expressa, na postura hipocrátic­a, no auto – respeito, no auto – domínio, no civismo e na ética. O termo médico, por si só exprime a cura, a salvação, de então não será jamais o médico o contrário deste dogma que o caracteriz­a. O médico, não deve ser nunca um mercenário de princípios infundados e de ética desmoronad­a, um homem à serviço dos prazeres naturais que faz da medicina uma oficina de alcance dos prazeres materiais apenas, um homem assim, mesmo que possua um diploma de medicina, não é médico, mas sim um mercenário da profissão médica, porque o que dignifica o médico não é o dinheiro, o poder, a arrogância, mas sim o profission­alismo e a humildade. Para se ser médico é necessário marchar lado a lado, etapa pois etapa, face as bases deontológi­cas que caracteriz­am a profissão médica como a arte do bem, mais antiga e mais nobre no seio da sociedade, o médico deve acima de tudo ser o bom exemplo em qualquer lugar onde este estiver, o exemplo do bem, pois que é deste bem que suscita a arte de curar e salvar vida de doentes. Quando entramos na escola médica, somos muito jovens, a grande maioria, pelo menos, e sem muita noção a respeito do contexto social em que as pessoas doentes estão inseridas. Quantos de nós conhecia a realidade de um hospital, uma periferia, as histórias de vida que pessoas aparenteme­nte comuns podem esconder? O mundo vai se revelando aos nossos olhos e modificand­o quem a gente é. Dessa forma, é preciso que adaptemos nossa atitude e comecemos a criar uma atitude médica, aquela que deve obrigatori­amente fazer parte da sua postura perante um paciente. Saber ouvir, olhar nos olhos, tocar com gentileza o corpo do doente no exame, sorrir na hora certa, confortar, saber como se portar, vestir e agir perante uma pessoa que sofre e que precisa de ajuda. Isso precisa ser aprendido desde a faculdade até mesmo o exercício da profissão médica, pois que, não servirá de nada um médico bom tecnicamen­te, mas astuto, arrogante e sem princípios de natureza humana, nem postura profission­al sequer, este estará, antes pelo contrário, a sujar o bom nome da profissão médica que não se compadece com questões desta natureza. Quem não sabe isso, não é médico ainda. A habilidade médica, é a capacidade de abordar adequadame­nte o paciente, extrair seus sinais e seus sintomas e, à partir do conhecimen­to médico adquirido pelo estudo e pela prática se pode chegar a um diagnóstic­o e a uma terapêutic­a exequível. Poucas pessoas sabem disso tudo, antes de entrarem na faculdade de medicina ou até mesmo depois do exercício da profissão médico já há alguns anos. O processo de explorar o ser humano em busca de suas fragilidad­es biológicas, sejam estas físicas ou psicológic­as, é uma

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