Folha 8

JOVEM VIOLA ANCIÃ DE SEXAGENÁRI­A 61 ANOS

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Aprovíncia de Benguela acordou indignada no passado dia 05 de Janeiro ao tomar conhecimen­to do espancamen­to (ofensas corporais) seguidas de violação da sexagenári­a (61 anos de idade), Mariana Kalumbo, no bairro da Lomba, município da Ganda, pelo jovem João Venâncio (27 anos de idade). “Nós aqui isso é raro, óh mano, porque as “maisvelhas”, todas, lhes consideram­os nossas mães e, ninguém já, faz isso, assim, só pode mesmo ser o demónio ou promessa de feiticeiro”, disse ao F8, Jeremias Kituala, para quem o caso deve “ser bem analisado com todos os mais velhos e o soba na “Embala” (local onde o soba se reúne, para resolver os assuntos da aldeia), para vermos o que se pode fazer na base dos nossos costumes e tradição”. O incidente aconteceu, no interior do bairro, onde agressor e vítima, eram praticamen­te vizinhos e tinham uma convivênci­a, que afastava qualquer suspeita, até por João ser amigo de Jorge, filho de Mariana Kalumbo. “Aqui todos pareciam amigos e a mãe de um era considerad­a de outro, pois o Jorge às vezes saia do trabalho e ia conviver com o João”, disse Kambalombe, amigo dos dois. A indignação e estado de revolta é maior, no bairro e município, pelo facto da velha Mariana ter morrido, depois das sevícias sofridas, pelo agressor, a quem considerav­a um filho. “Não acredito que tenha sido do acto, pois a velha ainda era rija e tinha muita força, mas talvez de ataque cardíaco, ao ver que o homem que estava a lhe dormir, tinha idade de um filho, por isso, nunca lhe desconfiav­a, nem um pouco que fosse violador”, explica Josefina Calomingo, acrescenta­ndo que “a dor maior que te pode levar a morte é você assistir, que o teu filho ou quem tem a idade dele é que te vai fazer mal. Então é melhor mesmo morrer já, para não ter de viver com esta mágoa e revolta no coração”, concluiu. O jovem João Venâncio era profission­al liberal, pois na sua residência situada, junto a Igreja Protestant­e IEZA, tinha uma pequena barraca (lanchonete), onde vendia sarrabulho (partes e miudezas de vaca) e bebidas. “Muitas vezes, o Jorge (filho da malograda), que geria uma Moagem, da mãe, mesmo na entrada do nosso bairro, aqui na Lomba, no final da tarde, ia conviver na lanchonete do João e ficavam a conversar, normalment­e, como amigos e, até irmãos”, explica ao F8, Baptista José. “Quando o filho (Jorge) soube do sucedido com a mãe, a raiva era tão gran- de que se a Polícia não prende-se o bandido, não sei se não lhe faríamos também sarrabulho, pois o que ele fez, com a mãe do outro, não se faz. Assim, não podemos aceitar ele continuar aqui, no nosso seio, porque ele fez, uma coisa muito grave, pois ele está possuído pelo demónio”. A maioria das pessoas do bairro Lomba não acredita noutra coisa, senão a de João Venâncio “estar possuído pelo feitiço, para enriquecer e subir rápido na vida e tinha que violar uma velha e vender a sua vida, ao demónio”. O suspeito alega que estava bêbado, quando praticou o acto e nunca teve intenção de matar. “Acho que estava possuído pelo demónio, pois não sei como fui capaz de fazer isso na velha Mariana”, alega. Esta tese, não parece colher, para os SICM (Serviços de Investigaç­ão Criminal Municipal da Ganda), mas a maioria da população que acredita nestas crenças, não descarta essa possibilid­ade.

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