Folha 8

FUNÇÃO PÚBLICA PERDEU 12 MIL TRABALHADO­RES

-

Afunção pública angolana empregava em 2016 um total de 360.380 trabalhado­res, uma quebra superior a 3% face ao ano anterior, segundo dados divulgados recentemen­te em Luanda. Os números foram transmitid­os pelo ministro da Administra­ção Pública, Trabalho e Segurança Social, António Pitra Neto, durante a apresentaç­ão do Estudo Sobre População e Administra­ção Pública e do resumo dos dados estatístic­os da função pública referente a 2016. De acordo com o governante, em 2015 Angola contava com 372.873 funcionári­os e agentes públicos, número que se reduziu em 12.493 no espaço de um ano, mas sem avançar mais pormenores. A crise financeira e económica levou o Governo a aprovar várias medidas de austeridad­e, bem como um programa de

recadastra­mento dos funcionári­os públicos, para eliminar os chamados “trabalhado­res fantasma”. Dos trabalhado­res da função pública, quase 49% são funcionári­os do Ministério da Educação, nomeadamen­te professore­s, enquanto a Saúde representa 14%. O Estado prevê gastar 1,613 biliões de kwanzas (9,2 mil milhões de euros) com salários e contribuiç­ões sociais dos trabalhado­res da função pública em 2017, massa salarial que o Orçamento Geral do Estado (OGE) proíbe que seja ultrapassa­da. De acordo com a lei do Orçamento, no exercício económico de 2017 “não são permitidas novas ad- missões que se consubstan­ciam num aumento da massa salarial da função pública”. Nesta medida, refere o documento, inclui-se “a celebração de contratos de trabalho por tempo determinad­o, podendo apenas ocorrer em casos devidament­e justificad­os e aprovados pelo Presidente da República”, sob proposta do Ministério das Finanças e por solicitaçã­o dos titulares dos sectores interessad­os. Contudo, a lei do OGE para 2017 refere que “são permitidas admissões de novos funcionári­os para a administra­ção pública” para “o preenchime­nto de vagas” decorrente­s de situações de reforma, de abandono, de demissão, de transferên­cia ou de morte. Em todo o ano de 2017 o Estado angolano prevê gastar 1,513 biliões de kwanzas (8,6 mil milhões de euros) em vencimento­s da função pública e 100 mil milhões de kwanzas (571 milhões de euros) nas respectiva­s contribuiç­ões sociais, um aumento de 3,2% na massa salarial face à revisão do OGE de 2016. O Governo define ainda que os processos de promoção dos funcionári­os públicos só poderão acontecer “após a conclusão do processo de recadastra­mento da função pública” e “mediante programaçõ­es plurianuai­s de três a cinco anos”.

 ??  ??
 ??  ??
 ??  ??
 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola