IMPORTÂNCIA DA VACINA BCG
A BCG é uma vacina viva atenuada, derivada da micobactéria Mycobacterium bovis após esta ser desprovida de virulência por sucessivas passagens em meio de cultura. A preparação inicial da BCG, feita por Calmette e Guérin em 1921, foi amplamente distribuída pelo mundo e, embora os princípios básicos da sua concepção sejam os mesmos, existem grandes variações nos métodos de fabrico e condições de cultura entre as bcg’s disponíveis no mercado actual. Na maioria dos países europeus e, em Angola também, as crianças são vacinadas à nascença com BCG e, em meio urbano, as taxas de cobertura vacinal são em geral elevadas (>80%). A vacina não evita a infecção com o bacilo da tuberculose humana, Mycobacterium tuberculosis, mas ajuda o vacinado a retardar a proliferação das micobactérias a partir do local de primo-infecção. A vacina reduz a letalidade por formas sistémicas de tuberculose, mas a eficácia da sua protecção contra a tuberculose pulmonar é controversa. As experiências de campo feitas com a BCG em condições controladas, por todo o mundo, conduziram a resultados muito díspares sobre a sua eficácia, a qual aparenta ser relativamente elevada (80%) nos países de latitudes elevadas e baixa perto dos trópicos. Vários autores têm atribuído esta disparidade à presença de micobactérias ambientais nas zonas tropicais. Se a BCG não conferir maior protecção do que a imunidade cruzada contra M. tuberculosis, já existente nas populações destas zonas, a eficácia da BCG pode aparentar ser muito baixa ou mesmo nula. O problema, contudo, é mais complexo, uma vez que é necessário explicar a elevada prevalência de tuberculose precisamente nas zonas tropicais. Os países devem seguir as orientações da OMS, recomendando a BCG no recém-nascido, desde que o seu peso seja igual ou superior a 2 Kg. A vacina deve ser administrada na maternidade. Quando tal não for possível será administrada no centro de saúde, no calendário recomendado. Recomenda-se apenas uma dose de BCG. Ultrapassado o período neonatal, a vacina deve ser aplicada tão precocemente quanto possível, tendo em atenção os intervalos recomendados entre a administração de vacinas vivas e entre estas e a prova tuberculínica. É de sublinhar que depois dos 2 meses de idade só deve ser administrado a BCG após prova tuberculínica negativa.