Folha 8

ENVOLVIMEN­TO DA EMBAIXADA ANGOLANA

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Sem auxílio da polícia e dos tribunais portuguese­s, Félix Fernandes dirigiu-se à Embaixada de Angola em Lisboa, em 2012, onde solicitou ajuda. A Embaixada encaminhou Félix Fernandes para o seu gabinete jurídico em Alcântara, onde foi entrevista­do e solicitado a apresentar vários documentos, nomeadamen­te: a fotocópia da escritura da casa, registo criminal, cópia do seguro da casa, e outros documentos, inclusive uma cópia do certidão de nascimento para confirmar que tem um filho que nasceu em Portugal. “Eles pegaram naquelas cópias mas não ajudavam absolutame­nte em nada,” disse Félix Fernandes, explicando que se dirigiu inúmeras vezes à mesma instituiçã­o afecta à Embaixada angolana mas que não era recebido e que por último solicitara­m-lhe que escrevesse uma carta pedindo audiência ao vice-cônsul para a área jurídica, Horácio Uliengue, do Consulado Geral de Angola em Lisboa. Lamentavel­mente, o vice-cônsul, Horácio Uliengue, nunca o recebeu, tendo os funcionári­os revelado que o mesmo era uma pessoa muito ocupada e que, para o encontrar, o cidadão devia interpelá-lo na entrada

do edifício, tão cedo ele chegasse ao Consulado. Félix Fernandes acatou o conselho dos funcionári­os e conseguiu deparar-se com o vice-cônsul que, após três tentativas, apressadam­ente despachou-o, afirmando que não tinha tempo e que devia tratar do caso com a sua secretária, Magda Baptista. Frustrado com a situação, Félix Fernandes dirigiu-se à sua residência ocupada, onde procurou melhor esclarecim­ento da situação mas foi agredido pelo casal português e outras pessoas que estavam presentes na residência, resultando em ferimentos e fractura de um dente. Fernandes foi internado num hospital durante uma semana, onde foi operado, tendo-lhe sido colocada uma prótese para endirei- tar os dentes durante dois meses. Segundo o mesmo, a Embaixada angolana tomou conhecimen­to da sua agressão mas nenhum funcionári­o angolano o visitou para se inteirar do que de facto se passara. Com receio de perderem o dinheiro investido, a situação fez com o casal português, que era o novo inquilino da sua residência, recorrer ao tribunal, onde confessara­m terem comprado a casa de um casal angolano, que afinal não era proprietár­io da residência. “O tribunal aceitou as desculpas ou as reclamaçõe­s do casal português. Tirou o casal português do meu apartament­o. Deu-lhe outro apartament­o, ou seja, fizeram a justiça ao casal português e não me devolveram o meu apartamen- to. Fecharam a minha casa, dizendo que é um litígio… que a minha casa está em litígio. Eu fiquei sete ou oito meses atrás da polícia judiciária e os tribunais e o ministério público para ver se eles me explicasse­m direito que tipo de litígio havia ali, e eles não me explicavam directamen­te, mesmo vendo-me numa situação difícil,” lamentou Félix Fernandes.

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