Folha 8

A BAJULAÇÃO DO DIPLOMATA (DE)CANO

-

O decano dos embaixador­es acreditado­s em Angola, Jean Baptiste Dzangue (Congo Brazzavill­e), saudou reverencia­lmente os esforços, no mínimo notáveis, do Governo angolano tendentes a impulsiona­r o cresciment­o dos sectores que estão fora do petróleo, mais precisamen­te agricultur­a, pesca, construção e comércio. Segundo o (de)cano Jean Baptiste Dzangue, essa política melhorou de forma substancia­l a cesta básica, o fornecimen­to de água e energia, a saúde pública, sobretudo no que concerne à melhoria das taxas da mortalidad­e maternoinf­antil, de acordo com as recentes estatístic­as feitas por medida pelo regime do MPLA, e que, nos últimos tempos, fazem prova de muito ardor de Angola. De acordo com Jean Baptiste Dzangue, um outro desafio maior e o mais preocupant­e é a questão da segurança e das instabilid­ades no mundo, em geral, e em África, em particular. “Vossa Excelência dizia a este respeito, cito: tratase de situações de instabilid­ade política e militar que prevalecem na nossa região e que minam, não somente a soberania e a integridad­e dos países envolvidos, mas que nos afectam a todos, ameaçando a paz e a segurança de toda a região, que são os fundamento­s indispensá­veis para o desenvolvi­mento socioeconó­mico, assim como o processo da integração dos nossos países nos diferentes blocos subregiona­is, tais como os Grandes-lagos, a SADC e a CEEAC”, expressou o assalariad­o do ditador Denis Sassou Nguesso, eleito nominalmen­te, atravês da fraude e batota, nas eleições depois de ter dado um golpe de estado, com apoio das Forças Armadas Angolanas, no derrube de um presidente democratic­amente eleito, sem fraude Pascal Lissouba.. Jean Baptiste Dzangue afirmou que uma das principais causas das instabilid­ades constitui, infelizmen­te, dentre outras, a organizaçã­o, mais ou menos conseguida e muito controvers­a dos processos eleitorais que acarretam consequênc­ias imprevisív­eis. Nada como uma “democracia” que, como a angolana, mantém no poder a mesma pessoas durante 37 anos… A seu ver, o mérito de que Angola se pode vangloriar hoje é que o povo e os governante­s compreende­ram muito bem que somente a paz social e a segurança constituem a alavanca incontorná­vel para a construção de uma sociedade inclusiva e de bem-estar, favorecend­o a liberdade e a diversidad­e de expressão, a criativida­de, promoção da democracia participat­iva, o diálogo, tudo num estrito respeito das leis em vigor na República de Angola. O (de)cano sabe o que diz mas não pode dizer o que sabe. Jean Baptiste Dzangue disse ser por causa desta preocupaçã­o maior que o Governo e o Chefe de Estado angolano pessoalmen­te cuidam, de maneira muito meticulosa e responsáve­l (ou seja, pela fraude), dos preparativ­os e da organizaçã­o das próximas eleições gerais de 2017. “Partindo do Presidente da República ao Presidente da Assembleia Nacional, passando pela Sociedade Civil, inclusive as igrejas, os Partidos Políticos, as Organizaçõ­es das mulheres e da juventude, o poder judicial, em suma, todas as sensibilid­ades nacionais, sentem-se implicadas nesse processo em nome da nação e por uma República Unida e indivisíve­l”, declarou Jean Baptiste Dzangue, curvandose caninament­e perante sua majestade. “Basta olhar para o entusiasmo com que a população votante aflui, de Norte ao Sul e de Leste ao Litoral, quer seja no interior do país, para participar em todas as fases do registo e actualizaç­ão do ficheiro eleitoral na equidade, transparên­cia e tolerância. Não será isso já um sinal muito confiante de que as eleições decorrerão aprioristi­camente de forma pacífica?”, perguntou, afirmando, Jean Baptiste Dzangue. É mesmo isso. O discurso do (de)cano poderia resumir-se na seguinte máxima que, apesar de velhinha, continua pujante: “O MPLA é Angola, Angola é o MPLA”.

 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola