A BAJULAÇÃO DO DIPLOMATA (DE)CANO
O decano dos embaixadores acreditados em Angola, Jean Baptiste Dzangue (Congo Brazzaville), saudou reverencialmente os esforços, no mínimo notáveis, do Governo angolano tendentes a impulsionar o crescimento dos sectores que estão fora do petróleo, mais precisamente agricultura, pesca, construção e comércio. Segundo o (de)cano Jean Baptiste Dzangue, essa política melhorou de forma substancial a cesta básica, o fornecimento de água e energia, a saúde pública, sobretudo no que concerne à melhoria das taxas da mortalidade maternoinfantil, de acordo com as recentes estatísticas feitas por medida pelo regime do MPLA, e que, nos últimos tempos, fazem prova de muito ardor de Angola. De acordo com Jean Baptiste Dzangue, um outro desafio maior e o mais preocupante é a questão da segurança e das instabilidades no mundo, em geral, e em África, em particular. “Vossa Excelência dizia a este respeito, cito: tratase de situações de instabilidade política e militar que prevalecem na nossa região e que minam, não somente a soberania e a integridade dos países envolvidos, mas que nos afectam a todos, ameaçando a paz e a segurança de toda a região, que são os fundamentos indispensáveis para o desenvolvimento socioeconómico, assim como o processo da integração dos nossos países nos diferentes blocos subregionais, tais como os Grandes-lagos, a SADC e a CEEAC”, expressou o assalariado do ditador Denis Sassou Nguesso, eleito nominalmente, atravês da fraude e batota, nas eleições depois de ter dado um golpe de estado, com apoio das Forças Armadas Angolanas, no derrube de um presidente democraticamente eleito, sem fraude Pascal Lissouba.. Jean Baptiste Dzangue afirmou que uma das principais causas das instabilidades constitui, infelizmente, dentre outras, a organização, mais ou menos conseguida e muito controversa dos processos eleitorais que acarretam consequências imprevisíveis. Nada como uma “democracia” que, como a angolana, mantém no poder a mesma pessoas durante 37 anos… A seu ver, o mérito de que Angola se pode vangloriar hoje é que o povo e os governantes compreenderam muito bem que somente a paz social e a segurança constituem a alavanca incontornável para a construção de uma sociedade inclusiva e de bem-estar, favorecendo a liberdade e a diversidade de expressão, a criatividade, promoção da democracia participativa, o diálogo, tudo num estrito respeito das leis em vigor na República de Angola. O (de)cano sabe o que diz mas não pode dizer o que sabe. Jean Baptiste Dzangue disse ser por causa desta preocupação maior que o Governo e o Chefe de Estado angolano pessoalmente cuidam, de maneira muito meticulosa e responsável (ou seja, pela fraude), dos preparativos e da organização das próximas eleições gerais de 2017. “Partindo do Presidente da República ao Presidente da Assembleia Nacional, passando pela Sociedade Civil, inclusive as igrejas, os Partidos Políticos, as Organizações das mulheres e da juventude, o poder judicial, em suma, todas as sensibilidades nacionais, sentem-se implicadas nesse processo em nome da nação e por uma República Unida e indivisível”, declarou Jean Baptiste Dzangue, curvandose caninamente perante sua majestade. “Basta olhar para o entusiasmo com que a população votante aflui, de Norte ao Sul e de Leste ao Litoral, quer seja no interior do país, para participar em todas as fases do registo e actualização do ficheiro eleitoral na equidade, transparência e tolerância. Não será isso já um sinal muito confiante de que as eleições decorrerão aprioristicamente de forma pacífica?”, perguntou, afirmando, Jean Baptiste Dzangue. É mesmo isso. O discurso do (de)cano poderia resumir-se na seguinte máxima que, apesar de velhinha, continua pujante: “O MPLA é Angola, Angola é o MPLA”.