Folha 8

REGIME DIZ QUE A POPULAÇÃO CRESCEU PARA 28 MILHÕES EM ANO ELEITORAL

ÉRAMOS 24,3 MILHÕES EM 2014

- TEXTO DE PEDROWSKI TECA

OInstituto Nacional de Estatístic­as (INE) realizou o recenseame­nto geral da população e habitação, vulgo Censo, de Maio a 28 de Outubro de 2014, tendo os resultados preliminar­es estimado a população residente em Angola, na ordem dos 24,3 milhões de habitantes, sendo 48% homens e 52% mulheres. Entretanto dados definitivo­s, anunciados em Mar- ço de 2016, pelo director geral, Camilo Ceita, davam conta de 25 milhões 789 mil e 24 habitantes, mas, estranhame­nte, nos últimos dias, sem qualquer trabalho de campo, talvez, por toque de mágica eleitoral, uma nota de imprensa, desta instituiçã­o eleva a população residente em Angola, para mais de 28 milhões de pessoas, sob alegação das projecções estarem baseadas no cálculo das Projecções da População para o período entre

2015 a 2050, relativas aos dados recolhidos no Recenseame­nto Geral da População e Habitação em 2014, base referencia­l para o Censo de 2024. A justificat­iva do INE é de que de um ano para outro (2016 à 2017) a população rural, cresce em mais de 156 mil pessoas (mesmo se sabendo que o Estado se demite de cadastrar os cidadãos na Angola profunda) enquanto a urbana diminui em menos de 55 mil pessoas. E isso, na óptica de, neste momento, mais de 60% da população, estar concentrad­a nas zonas urbanas, com Luanda a destacar-se com mais de 7,7 milhões de pessoas em 2017, seguindo-se a Huíla com 2.735.297 habitantes, Benguela com 2.414.094 e Huambo com 2.234.039, enquanto as restantes províncias reúnem menos de dois milhões de habitantes. Angola não realizava um censo geral desde 1970, e com as estatístic­as apresentad­as no Censo de 2014 pretendia-se contribuir para as políticas do Estado viradas para a resolução dos problemas da população, daí terem sido mobilizado­s, mais de 100 mil pessoas, entre recenseado­res e técnicos para tão grandiosa empreitada, que determinou existirem, à época 25 milhões de habitantes em Angola. Caricatame­nte, numa altura em que se multiplica­m, suspeições de entrada ilegal de cidadãos estrangeir­os, sendo ainda ano das eleições gerais, surge, do nada o Instituto Nacional de Estatístic­as com projecções de 28 milhões de pessoas, podendo indiciar que havia, no início de 2017, mais votos do que eleitores, então é preciso começar com esta ladainha, justificad­ora da fraude, num órgão, sob a dependênci­a de fiscalidad­e presidenci­al.

 ??  ??
 ??  ??
 ??  ??
 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola