TRUMP O DISCURSO DE DESCODIFICADO EM 5 PONTOS
Àfrente do “povo” , Trump quer acabar com a “carnificina americana”, “erradicar o terrorismo da face da Terra” e pôr sempre a “América primeiro”. Foram 16 minutos que podem definir a nova presidência.
Nada mudou: o discurso inaugural de Donald Trump como novo Presidente americano podia ter sido feito durante a campanha eleitoral. Mais uma vez, Trump assumiu-se como representante dos cidadãos americanos contra as elites políticas e económicas. “A cerimónia de hoje tem um significado muito especial, porque hoje não estamos apenas a transferir o poder de uma administração para a outra, ou de um partido para o outro. Estamos a transferir o poder de Washington, D.C., e a dá-lo a vocês, o povo”. Aliás, Trump voltou a repetir a mesmíssima frase que usou na noite 8 de Novembro, quando ganhou as eleições: “Os homens e mulheres esquecidos nunca mais vão ser esquecidos”. Insistindo na ideia de que só agora o povo norte-americano estará verdadeiramente representado no governo, Trump criticou o establishment de forma violenta. E quem é o establishment? Simples: são eles. “O sistema protegeu-se a si próprio mas não os cidadãos do seu país. As vitórias deles não foram as vossas vitórias. Os triunfos deles não foram os vossos triunfos. E enquanto eles celebravam na capital do nosso país, as famílias em dificuldades em todo o nosso país tinham pouco que festejar”, disse Trump, a poucos passos de Barack Obama (um dos “eles“), a quem antes tinha agradecido por ter sido “magnífico” no processo de transição do poder. “Os políticos prosperaram, mas os empregos faltaram. E as fábricas fecharam”, disse Trump. “Nunca mais vamos aceitar políticos que são só conversa e nada de acção, sempre a queixar-se sem fazer nada relativamente aos problemas”. A simpatia com que se dirigiu aos antigos presidentes no início do discurso foi substituída em poucos minutos por ataques directos às políticas anteriores à sua eleição. Agora, garantiu, “as coisas vão começar a mudar”. E regressou à retórica populista: “Este é vosso momento. Pertence-vos”. E insistiu: “O que verdadeiramente importa não é que partido controla o nosso governo, mas se o nosso governo é ou não controlado pelo povo. O dia 20 de Janeiro de 2017 será recordado como o dia em que as pessoas se tornaram novamente nos governantes desta nação”. Sobre este novo poder do povo, um dos temas que mereceram mais destaque durante os 16 minutos que durou o discurso de Trump, o novo presidente dos EUA não foi contido. “Toda a gente vos está a ouvir agora. Vieram dezenas de milhões para fazer parte de um movimento histórico, um movimento como o mundo nunca viu antes.”
“ESTAMOS A DAR O PODER AO POVO”