Folha 8

MARLON JAMES ESCREVE “A GUERRA DOS TRONOS AFRICANA”

O escritor jamaicano Marlon James, vencedor do Man Booker Prize 2015 vai apresentar o primeiro volume de “The Dark Star Trilogy” em 2018. A obra incorre sobre cenas fantasmagó­ricas e dramáticas.

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Oprimeiro livro de Marlon James, John Crow”s Devil, foi rejeitado por 78 editoras. Marlon James acabaria por vê-lo publicado em 2005 e, ao terceiro livro, A Brief History of Seven Killings (Breve História de Sete Assassinat­os, publicado em português pela Relógio d’água), vencia o Man Booker Prize 2015, tornando-se assim no primeiro jamaicano a receber aquele que é um dos mais importante­s galardões literários. Agora, o escritor que chegou ao Minnesota, Estados Unidos, com 200 dólares no bolso na altura em que escrevia o seu segundo romance, está mergulhado num projeto que começara antes ainda de receber o prémio: a trilogia de fantasia épica The Dark Star Trilogy, referida pela editora, a Riverhead Books, como “a Guerra dos Tronos africana”. E, de facto, James é um fiel leitor da saga de George RR Martin, e um nerd assumido. “Eu adoro o meu Senhor dos Anéis, amo a minha Angela Carter e o meu Dragonslay­er [O dragão do lago do fogo]”, disse à Entertainm­ent Weekly (EW), revista a que revelou nesta semana a trilogia em curso, cujo primeiro livro Black Leopard, Red Wolf deverá sair no Outono de 2018. Seguir-se-ão Moon Witch, Night Devil e The Boy and the Dark Star. Foi numa conversa com amigos em torno da questão da diversidad­e no elenco escolhido para a adaptação cinematogr­áfica de Hobbit, também de Tolkien, que a ideia surgiu. Uma saga fantástica que mergulhass­e nas raízes africanas de James. “Fez-me compreende­r que havia este enorme universo de história e mitologia africanas, de histórias loucas, bestas fantástica­s e assim, que estava ali à espera”, justificou. O lugar que fará cenário desta história “é inventa- do”, embora seja profundame­nte ligado à cultura africana. O mundo que ali conhecerem­os foi construído “num ano e meio” e nele haverá “monstros e criaturas mágicas”. O escritor descreve-o assim: “Eu queria um mundo que, de certa maneira, não faça qualquer sentido, ou que não está realmente no nosso plano de existência, porque em muitas histórias africanas verdadeira­s, não há separação entre realidade e sonho, ou realidade e fantasia, ou entre mortos e vivos.”\ A história começa com uma busca falhada por uma criança desapareci­da. James contou à EW que The Dark Star Trilogy segue três personagen­s: “the Tracker” (o pereguidor), “the Moon Witch” (a bruxa da lua) e “the boy” (o rapaz). De acordo com o resumo oficial da história, as personagen­s principais estão “trancadas numa masmorra no castelo de um rei moribundo, a aguardar tortura e julgamento pela morte de uma criança”. “Eram três dos oito mercenário­s contratado­s para encontrar a criança. A busca, que se esperava durasse dois meses, demorou nove anos. No final, cinco dos oito mercenário­s, assim como a criança, estavam mortos”, pode lerse na sinopse.

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