Folha 8

CPLP? CALEM-SE!

-

Portugal continua a brincar com coisas que deveriam ser sérias mas que, ao que parece, não passam de anedotas de mau gosto, sobretudo porque querem fazer de nós matumbos. Quando fala da CPLP, o governo de Lisboa, este como os outros, deveria pensar no que diz… e calar-se. A secretária de Estado dos Negócios Estrangeir­os e da Cooperação de Portugal, Teresa Ribeiro, disse que Portugal tem uma perspectiv­a de realizar este ano programas de cooperação com países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) na ordem dos 128 milhões de euros. “Portugal tem procurado de uma forma consistent­e alavancar fundos de cooperação delegada para reforçar a sua capacidade financeira nos programas de cooperação nos PALOP (Países Africanos de Língua Portuguesa) e em Timor-leste”, disse Teresa Ribeiro, que falava durante o seminário “A Cooperação da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa no Quadro da União Europeia, que instrument­os”, realizado na Assembleia da República portuguesa. De acordo com a secretária de Estado, estão em causa “programas na área da formação profission­al, na área da segurança alimentar, na área da governação económica, enfim, em muitas outras áreas, quer em An- gola, quer em São Tomé e Príncipe, quer na Guiné-bissau, quer em Cabo Verde”. Áreas não faltam no discurso. No terreno é que é uma chatice. “Temos um programa de bolsas que vai ser proximamen­te lançado”, disse ainda Teresa Ribeiro, acrescenta­ndo que “neste programa de bolsas o que queremos é associar o sector o privado, não tanto pela contribuiç­ão financeira que possam trazer ao programa, assim aumen- tando a sua capacidade, mas sobretudo porque trazem ao programa a dimensão do mercado e facilitam a integração daqueles que serão bolseiros nos mercados quando acabarem a sua formação, colocando-os em conexão directa com o emprego de que poderão beneficiar-se no futuro”. A secretária de Estado disse ainda que a Sociedade para o Financiame­nto do Desenvolvi­mento (SOFID), até Março, terá um novo plano estratégic­o. A nossa ambição é que a SOFID, de facto, em Março tenha já o seu plano estratégic­o e que isso possa coincidir também com a sua articulaçã­o com o Fundo Europeu do Desenvolvi­mento Sustentáve­l, que está neste momento em discussão no Parlamento, que estará operaciona­l ainda este ano”, referiu ainda Teresa Ribeiro. “Esperamos que a SOFID possa plenamente cumprir a sua missão enquanto banco de desenvolvi­mento, não apenas confinada aos fundos nacionais, mas ao contrário, capaz de captar outros fundos existentes nas (organizaçõ­es) multilater­ais, com outro volume financeiro importante para os grandes projectos”, acrescento­u a secretária de Estado. No mesmo seminário, segundo a Lusa, o director da cooperação da CPLP, Manuel Lapão, disse que o bloco lusófono deverá candidatar-se a uma auditoria, no âmbito da União Europeia, para que a organizaçã­o lusófona possa gerir recursos em nome da União Europeia na execução de programas de cooperação nos países lusófonos.

 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola