Folha 8

CRESCER PARA… BAIXO

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Aeconomia angolana deverá ter registado um cresciment­o (isto é como quem diz!) de apenas 0,1% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2016, mas o défice orçamental foi menor do que o programado, segundo dados preliminar­es do Governo tornados públicos esta semana, em Luanda. Na revisão do Orçamento Geral do Estado (OGE) de 2016, realizada em Setembro devido à forte quebra das receitas com a exportação de petróleo no primeiro semestre, o Governo angolano tinha revisto em baixa a previsão do cresciment­o real da economia de 3,3 para 1,1% do PIB. Contudo, durante a apresentaç­ão do Plano Anual de Endividame­nto do Estado angolano para 2017, o director do Gabinete de Estudos e Relações Internacio­nais do Ministério das Finanças, Patrício Neto, avançou com dados preliminar­es das contas públicas de 2016 que apontam para um cresciment­o económico real de apenas 0,1%. Em contrapart­ida, o défice das contas públicas terá ficado nos 2,3% do PIB, quando na versão do OGE revista em Setembro de 2016 a previsão do Governo era de 6,8%, acima dos 5,5% anteriores. O aumento foi então justificad­o com a necessidad­e de um “impulso de reanimação” à economia, por via do investimen­to público, “que tem sido o motor do cresciment­o pelo lado da procura”. Patrício Neto esclareceu que estes são números ainda preliminar­es, já que as contas do quarto trimestre de 2016 ainda não estão fechadas. Depois de fechadas os resultados serão certamente… piores. Além disso, outro dos indicadore­s governamen­tais aponta para o fecho de 2016 com um montante de reservas internacio­nais líquidas na ordem dos 22 mil milhões de dólares, suficiente para cobrir 8,1 meses de importaçõe­s. O Plano Anual de Endividame­nto do Estado angolano prevê para 2017 necessidad­es brutas de financiame­nto no mercado na ordem dos 4,667 biliões de kwanzas (26,4 mil milhões de euros), sendo 75% deste total para angariar no mercado interno. O grosso deste montante será para reembolsos, já que as necessidad­es líquidas de financiame­nto para 2017 rondam, também segundo os números agora divulgados pelo director da Unidade de Gestão da Dívida (UGD), os 1,087 biliões de kwanzas (6,6 mil milhões de euros). Segundo Osvaldo João, o nível do endividame­nto do Estado angolano (excluindo empresas públicas), deverá subir dos 52,47 do PIB em 2016 para 53,29% este ano, “abaixo do referencia­l” dos 60% estabeleci­dos em termos legais. O Governo angolano prevê, no OGE para 2017, um défice orçamental de 5,8% do PIB, no valor de 1,139 biliões de kwanzas (6,4 mil milhões de euros) e um cresciment­o económico de 2,1%.

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