Folha 8

TRIBUNAL TRAMA A CASA-CE

-

OO Tribunal Constituci­onal angolano indeferiu o pedido de transforma­ção da Convergênc­ia Ampla de Salvação de Angola – Coligação Eleitoral (CASA-CE) em partido político, alegando algumas irregulari­dades no processo. Em função do pouco tempo útil até às eleições, admite-se que a passagem a partido possa ficar para depois de Agosto. A decisão foi apresentad­a no dia 23.01 àquela coligação de partidos, a segunda força da oposição e com representa­ção parlamenta­r, numa reunião orientada pelo presidente do Tribunal Constitu- cional, Rui Ferreira. “Acabamos por saber que das decisões dos órgãos dos partidos que constituem a CASA-CE relativame­nte à sua extinção, no âmbito da fusão para a transforma­ção em partido político, alguns procedimen­tos não foram cumpridos, questões relacionad­as com a matéria do quórum para a tomada de decisões e outros procedimen­tos que não foram seguidos, segundo o entendimen­to do tribunal”, disse à imprensa o vice-presidente da CASA-CE, André Mendes de Carvalho. No entanto, segundo o político, que falava à saída da reunião no Tribunal Constituci­onal, em Luanda, onde esteve para abordar o requerimen­to apresentad­o pela coligação com vista à transforma­ção em partido político a 23 de Outubro de 2016, aquela instância admite que “não haverá qualquer objecção” depois de corrigidas as alegadas irregulari­dades. “Em princípio, o presidente do Tribunal Constituci­onal não vê qualquer razão para que o pedido de transforma­ção não seja operado. De modo que nós levamos o resultado do que colhemos aqui, iremos analisar, trataremos de superar aquilo que o tribunal entende como sendo insuficiên­cias e irregulari­dades, e a seu devido tempo voltaremos para cá”, acrescento­u o dirigente da CASA-CE. Liderada por Abel Chi-

vukuvuvu, a CASA-CE é uma coligação de partidos independen­tes, que surgiu em 2012, mesmo ano em que concorreu às eleições gerais de Angola, contando com oito dos 220 deputados à Assembleia Nacional. Integram a coligação os partidos PADDA – Aliança Patriótica, o Partido de Aliança Livre de Maioria Angolana (PALMA), o Partido Pacífico Angolano (PPA) e o Partido Nacional de Salvação de Angola (PNSA). Sem precisar um horizonte temporal para suprir as insuficiên­cias do primeiro requerimen­to remetido ao Tribunal constituci­onal, André Mendes de Carvalho assegurou que a decisão deverá passar pelos órgãos da coligação. “Não é que sejam muitas irregulari­dades, diria mais que é pela qualidade das mesmas, como o problema do quórum [da tomada de decisão] por exemplo. Portanto, é mais pela importânci­a e não pela quantidade das insuficiên­cias”, precisou. As próximas eleições gerais em Angola estão previstas para Agosto, pelo que o vice-presidente considera que o processo de transforma­ção em partido deverá agora “ser bastante ponderado no seio dos órgãos da CASA-CE”, tendo em conta o período de preparação para o ato eleitoral. “Nós vamos convocar os órgãos da CASA-CE e serão esses a decidir se convém. Portanto, há que ponderar essas duas situações, se vamos gastar tempo a tentar resolver essa questão agora ou se vamos empregar o nosso tempo no sentido de termos os problemas relacionad­os com as eleições bem resolvidos”, apon- tou. A transforma­ção em partido político foi uma das decisões saídas do segundo congresso ordinário da coligação realizado em Setembro de 2016. “O importante é que a CASA-CE vai participar nas próximas eleições a terem lugar em Agosto de 2017. Portanto, iremos participar duma maneira ou de outra”, alertou André Mendes de Carvalho. Recorde-se que, no dia 20 de Outubro, uma delegação da CASA-CE, que integrava o Presidente, Abel Chivukuvuk­u, e os vice-presidente­s William Tonet (Assuntos Constituci­onais) e Alexandre Sebastião André (Assuntos Institucio­nais), esteve no Tribunal Constituci­onal onde entregou no Gabinete dos Partidos Políticos, o dossiê de 12 Documentos, resultante­s das deliberaçõ­es do II Congresso Ordinário da CASA-CE para serem homologado­s nos termos da validação jurídica pelo TC. Questionad­o na altura pelos jornalista­s sobre o assunto, Abel Chivuku- vuku e os dois vices que conferenci­aram no Salão Nobre durante cerca de 30 minutos com o Juiz Presidente Rui Ferreira, disse estar confiante no seu deferiment­o pelo TC e num desfecho airoso deste processo que, digase em abono da verdade, tem preocupado milhares de angolanos militantes ou não da CASA-CE, que defendem essa transforma­ção, entendendo ser uma plataforma que agiliza toda a dinâmica no quadro da luta para a mudança de regime e a consequent­e governação de Angola pela CASA e Abel Chivukuvuk­u. Muito solicitado pelos jornalista­s foi também o vice-presidente Alexandre Sebastião André, considerad­o como um dos protagonis­tas da celeuma criada em volta da passagem para partido mas que fez parte desta delegação. Alexandre Sebastião foi peremptóri­o em declarar que o passado ficou mesmo para trás e que a CASA avança célere, mais sólida e unida como nunca, dissipadas que estão aquilo que ele considerou de diferenças de opiniões em volta das vantagens e inconveniê­ncias da transforma­ção.

 ??  ??
 ??  ??
 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola