SAMAKUVA PROMETE MELHORES RESULTADOS
A UNITA mostrou até agora, é verdade, que sabe o que é a democracia e adoptou-a definitivamente. Tê-lo-á feito de forma consciente perante tanto assédio do poder nacional e de algum internacional? Subsistem algumas dúvidas, sobretudo depois das manipulações e vigarices eleitorais de que foi e continuará a ser vítima. Isaías Samakuva mostrou ao mundo que as democracias ocidentais estão a sustentar um regime corrupto e um partido que quer perpetuar-se no poder. E de que lhe valeu isso? Depois das sucessivas hecatombes eleitorais, provocadas também pela ingenuidade da UNITA acreditar que Angola caminha para a democracia, Samakuva alterou os jogadores, a forma de jogar e prometeu, continua a prometer, melhores resultados. É inegável que o líder da UNITA conseguiu juntar alguns bons jogadores. Mas também é verdade que se esqueceu que não bastam bons jogadores para fazer uma boa equipa. Muitos desses craques não conseguem olhar para além do umbigo, do próprio umbigo. Continuam alguns a preferir ser assassinados pelo elogio do que salvos pela crítica. Por isso teimam em radiografar o mensageiro e em sequer olham para a mensagem. Habituaram-se à lagosta e esqueceram a mandioca. O mundo ocidental esteve e continuará a estar de olhos fechados para o enorme exemplo que a UNITA deu. Em 2003, abriu bem os olhos porque esperava o fim do partido. Isso não aconteceu. Agora estamos a ver que ao Ocidente basta uma UNITA com 10% dos votos para dar um ar democrático à ditadura do MPLA. Aliás, por alguma razão o Ocidente não reagiu às vigarices, às fraudes protagonizadas pelo MPLA. E não reagiu porque não lhe interessa que a democracia funcione em Angola. É sempre mais fácil negociar com as ditaduras. Para mais informações, devem os militantes da UNITA (incluindo alguns dirigentes) ler ou relar o compromisso de Muangai, firmado em 13 de Março de 1966.