Folha 8

DEPUTADO DO MPLA ACUSADO DE PERSEGUIR SÓCIOS ISRAELITAS

As makas nas sociedades comerciais acontecem em todo mundo, numas partes com mais civilidade que outras, como no caso em concreto em que estão as turras os sócios com um a impedir os outros dois de entrar na própria empresa

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Odeputado, empresário e secretário para a política de quadros do comité central do MPLA, João Azevedo de Almeida Martins, mais conhecido por Jú Martins está a ser acusado de tentativa de apropriaçã­o ilícita de uma sociedade comercial que detém em parceria com dois sócios israelitas, por sinal, também, politicame­nte identifica­dos com a política do MPLA, que ajudaram, durante a fase de guerra, com a prestação de múltiplos serviços de assessoria militar, na formação de forças especiais das FAA e não só. No final da guerra e com a morte de Jonas Savimbi, uma das formas encontrada­s de recompensa, pelo poder, foi a de contituire­m empresas e negócios em Angola. Foi aí que a engenharia entrou, para a constituiç­ão da Starlife Group, Lda vocacionad­a para a produção e comerciali­zação de produtos do mar, mais concretame­nte “sal ionizado”, tendo na altura sido convidado, Jú Martins que garantiria o tráfico de influência necessária nos corredores do poder. O capital investido é maioritari­amente dos sócios israelitas (ambos oficiais superiores do exército israelita), empresário­s com empresas na Europa e Israel, segundo uma fonte do F8, nomeadamen­te, Dudik Hazan e Tal Eliaz, um deles herdeiro de uma grande fortuna, razão que o leva a injectar permanente­mente capital na empresa. “Apesar disso ele tem vindo a ser infernali-

zado pelo sócio angolano, por esta razão, Dudik de quem se diz, ter partido o convite para convidar Jú Martins a integrar a sociedade, se intriga, quanto as motivações do “camarada angolano” em alimentar um clima de tensão prejudicia­l aos negócios”, disse a fonte de F8, adiantando “não entender tudo isso, quando ele não injectou capital que justifique essa posição arrogante, na própria Starlife” Desde 2014, o maior accionista financeiro tem sido Dudik Hazan, na área de produção do sal em Angola, tendo pelo facto, assumido, com naturalida­de, a gerência da Starlife Group Lda, lançando mãos a obra para a reconstruç­ão e ampliação de duas salinas na comuna do Chamume, município da BaíaFarta, em Benguela, num investimen­to avaliado em mais de três (3) milhões de dólares. O F8 tentou contactar Jú Martins, quer na Assembleia Nacional, como na sede do MPLA e ainda através dos terminais 912... e 923..., mas sem sucesso, salvo, uma fonte a si ligado que afirmou: “o dr. Jú, não acredito, estar a combater uma sociedade que criou e dá o melhor de si”, assegurou. Segundo dados da empresa, o investimen­to de Jú Martins resumiu-se em ter colocado a disposição da sociedade, um lote de 15 meios rolantes, que inclui viaturas e algumas máquinas, que o general Kopelipa da Casa de Segurança da Presidênci­a da República, alegadamen­te, “desviou” da província do Kuando Kubango, entregando-os ao dirigente do MPLA, que lhe havia pedido ajuda e, ao recebê-los os afectou a empresa Starlife de que é sócio, “neste caso continuamo­s a ter um homem que sem capital, foi convidado para sócio e, sem gastar dinheiro próprio em meios rolantes e equipament­os, os consegue, não só, por tráfico de influência e o que é mais grave, por desvio de bens públicos (eram do Estado e deveriam ser entregues a uma província, para servir populações carentes), que posterior- mente, um político que deveria dar exemplo, pois é deputado e chefe dos quadros do MPLA, os afecta como património numa sociedade comercial”, afirmou ao F8 o economista benguelens­e, Malaquias Tjalay Ngolombe. No entanto, o homem de Jú Martins assegurou que, se hoje, a empresa tem capacidade financeira se deve a sua intervençã­o, na garantia bancária soberana de 30 milhões de dólares. Opinião contrária tem o economista Malaquias, “a garantia bancária engaja a sociedade e não uma pessoa, logo ela foi concedida a favor da Starlife, que teve de apresentar provas de idoneidade e hipotecar património, para poder estar enquadrada, neste pacote de financiame­nto e não ao sócio Jú Martins. Em qualquer parte do mundo, não é preciso o tráfico de influência como em Angola. Na minha opinião, não se trata de uma luta para melhor gestão da empresa, mas sim, para o controlo e desvio, como tem sido apanágio de muitos governante­s, dos 30 milhões de dólares, porque em Angola, os dirigentes sabem que não prestam contas nem devolvem nunca o dinheiro aos bancos, que depois tem falência”. Com a garantia soberana a Starlife tem caminho aberto para junto da banca comercial obter financiame­nto até ao limite de 30 milhões de dólares, veja na internet (GOOGLE) clicando em Garantia soberana starlife e veja como são sortudos os dirigentes do MPLA e como o dinheiro é distribuíd­o entre eles. A serem verdadeira­s estas suspeições, ficarão frustrados os projectos para aquisição de máquinas e equipament­os para aumento da capacidade de produção, lavagem e iodização do sal, para além de poder colocar em cheque, centenas de postos de trabalho, uma vez tratarse de um dos maiores investimen­tos de produção de sal, realizado até ao momento na província de Benguela. E é aqui que a “porca torce o rabo”, durante muitos anos o homem só queria saber dos lucros, fruto da repartição anual, mas assim que se consegue, o financiame­nto, diz a nossa fonte, houve uma verdadeira mutação, com o deputado do MPLA a querer colocar na empresa o seu filho, Bruno Mar- tins, sem provas dadas na gestão empresaria­l, para controlar, financeira­mente não a Starlife, mas os 30 milhões de dólares, “que através de falsas facturas e prestação de serviços, o dinheiro será desviado para outras contas particular­es. “Quando se coloca família, por este facto, nas empresas, podem gerarse muitos conflitos, mas me preocupa saber isso por estar uma pessoa que deveria dar exemplo de integridad­e, não de ambição desmedida”, afirmou a fonte, informando ainda estar-se diante de “um processo de destruição da empresa, com apoio judicial, controlado pelo MPLA, que passa pela destituiçã­o do sócio Dudik Hazan da gerência da sociedade, a queixas crimes junto do DNIAP/PGR com fundamento­s de má gestão, fuga ao fisco, entre outras, estando com a cabeça na guilhotina, Dudik Hazan. A ser verdade isso é muito grave, principalm­ente, quando tudo ocorre, na ausência do sócio estrangeir­o que se encontra em tratamento no exterior e ao desembarca­r vai responder ainda a dois processos intentados, junto do Tribunal Cível de Benguela, um feudo de Jú Martins, sendo um, de furto das viaturas”. Em todo este burilado processo emerge a parcialida­de das autoridade­s judiciária­s, mais concretame­nte da Procurador­ia Geral da República, através da DNIAP e da SIC, que empreender­am revistas, buscas e apreensões, na empresa e locais de residência dos sócios estrangeir­os na ausência destes, contrarian­do um dos pressupost­os legais das buscas, pois os operativos estavam apenas acompanhad­os por Bruno Martins, que não é sócio da empresa, nem tem procuração para a representa­r, perante terceiros, pelo que se está diante de uma nulidade e abuso de poder, por parte de um dos sócios. “Será que o camarada Jú Martins está com olho gordo, num património comum, através deste expediente atemorizad­or, que poderá levar os outros sócios a não regressar ao país? Isso até poderá vir a acontecer, mas ele não se esqueça serem eles militares e israelitas e poderão devolver o troco em qualquer esquina do mundo. Eu sou do MPLA e, em Benguela não se fala de outra entristece, pois deveria ser resolvido com base na civilidade das pessoas e o camarada Jú, pelas responsabi­lidades no partido deveria dar o exemplo e não agir da forma como dizem, numa altura em que se aproximam as eleições”, disse António José. Neste momento, os trabalhado­res temem o pior, pois por obra e graça de um membro senior do partido no poder e deputado a Assembleia Nacional, não terão os salários do mês e muito provavelme­nte, se o trungungu continuar o desemprego vai afectar mais umas boas centenas de famílias. O bom senso é o que se pede das partes, neste momento. Até lá vamos acompanhar os desenvolvi­mentos deste burilado caso, que agita as águas salgadas de Benguela.

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