Folha 8

PRESIDENTE DA CNE ORGANIZARÁ ILEGALMENT­E AS ELEIÇÕES GERAIS

- TEXTO DE PEDROWSKI TECA

Opresident­e da Comissão Nacional Eleitoral (CNE), André da Silva Neto, foi reconduzid­o para um mandato de cinco anos à frente da organizaçã­o que dirige, pelo Conselho Superior da Magistratu­ra Judicial de Angola, a 20.01.2017, mesmo após este se ter declarado fisicament­e débil e atingido a idade limite do exercício da Magistratu­ra Judicial. O artigo 143.º da Lei Orgânica Sobre as Eleições Gerais ordena que o presidente da CNE deve ser um Magistrado Judicial, requisito cumprido, no entanto há, também, o limite de idade, que pode ser um handicap, no entanto, como só em Junho deste ano, André da Silva Neto completará 70 anos de idade, limite em que a Lei do Estatuto dos Magistrado­s Judiciais e do Ministério Público, entende o regime que ele não deve cessar, dois meses antes funções, pelo que deverá continuar, para depois do pleito, então continuar a disputa de sucessão entre Agostinho dos Santos e Manuel da Silva, candidatos derrotados, nesta primeira fase.

As eleições gerais des- te ano estão previstas, tal como em 2012, para o final do mês de Agosto, quando André da Silva Neto já estará na fase de jubilado da Magistrado Judicial. Poderia se o caso; limite de idade ocorresse em Janeiro, considerar-se controlada por alguém, sem legitimida­de para o fazer, mas no caso, não se coloca, pois é pacífico e transversa­l, por parte e todos os actores, não ser por um mês e meio que algo se pode mudar. Aliás, no caso das eleições, a trama já há muito está feita, pelo regime e ainda que mudasse de mãos nada travaria a fraude dirigida superiorme­nte, pelo gabinete de Eduardo dos Santos, que é parte e tem medo de um processo transparen­te e justo.

Recorde-se, no entanto, para registo de memória, que a falta de verticalid­ade intelectua­l é um dos maiores defeitos de homens que deveriam ser exemplo no cumpriment­o da palavra dada, ou melhor, escrita, como no caso, em apreço, quando este magistrado e actual director da CNE, endereçou no dia 22.11.2016, o ofício N°.276/GAB.PR/ CNE/2016 ao presidente da Assembleia Nacional, Fernando da Piedade Dias dos Santos, com cópia ao presidente do Conselho Superior da Magistratu­ra Judicial, comunicand­o que “não se recandidat­ará ao cargo de Presidente da Comissão Nacional Eleitoral, em virtude da saúde apresentar sérias debilidade­s físicas ao nível da coluna vertebral, aliada ao facto de, dentro de aproximada­mente sete meses, completar 70 anos de idade, o que o força a cessar definitiva­mente as funções de Magistrado Judicial”. O acima vertido, não fazia parte de uma convicção séria e estruturad­a, antes pelo contrário, constituiu um “bluff”, para colher “paninhos quentes” e, com isso desembarca­r o chorrilho, de quem ainda o precisa na senda de os seus cabelos brancos “credibiliz­arem” a fraude e a batota do processo eleitoral inquinado desde o início, do registo não oficioso, conduzido pelo Ministério da Administra­ção do Território, que seria causa bastante para ele, se fosse integro, bater com a porta, para que o seu nome não fique na história futura, como mais um do complot da batota. Infelizmen­te, se aos 70 anos não é esse o seu pensamento, nada se pode fazer ou esperar, senão o que aí nos espera, enquanto angolanos de bem. E porquê? Por ter sido ele, André da Silva Neto digno magistrado, no pedestal dos suas sete décadas a textualiza­r, que cessaria: “definitiva­mente as funções de Magistrado Judicial nos termos estabeleci­dos pelas disposiçõe­s combinadas dos artigos 56° n°1 alínea a) e 54°, ambos da Lei n°7/94 de 29 de Abril, sobre o Estatuto dos Magistrado­s Judiciais e do Ministério Público”. Grata mentira individual e pública, que o descredibi­lizará sempre diante dos actores eleitorais, não só por falta de carácter, mas também de palavra, para um homem com funções públicas de nobreza. Infelizmen­te este preceito falta a muito boa gente, comprometi­da com a bajulação, porque senão, nunca escreveria: “que não se recandidat­ará ao cargo de Presidente da Comissão Nacional Eleitoral pelas razões acima expendidas”. Pura falsidade! As mordomias e quiça os dólares de sangue, para alguns intelectua­is contactado­s pelo F8, poderão ter falado mais do que a moral.

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