Folha 8

BNA ESTENDE A MÃO A TRUMP

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OBanco Nacional de Angola (BNA) conta receber este ano assistênci­a técnica norteameri­cana, para recuperar a confiança do sistema financeiro internacio­nal e o acesso a dólares. Se Donald Trump estiver para aí virado ou, recorde-se, tiver deixado cair a tese de que “os pretos são criminosos”… talvez seja possível. A informação foi transmitid­a no dia 24.01 pelo governador do BNA, Valter Filipe, em Luanda, durante o evento que assinalou os 40 anos da entrada em circulação do kwanza, que em 1977 substituiu­uiu o escudo portu português, tendo endo afirmado que só com m assistênci­a desta natureza za será possível aos bancos s comerciais angolanos s “resgatar a reputação para com os bancos correspond­entes” e com isso a acesso a divisas. . “Nós estivemose­mos em Outubro utubro nos Estados Unidosnido­s da América e conversámo­s mos com essas entidades, ades, recomenmen­daram algumas acções a nível el de Angola, a, estamos a trabalhar nesta intençãoão e o contacto to que temos estado a ter leva-nos a crer que este ano vamos amos ter assistênci­a ncia do Tesouro ro americano”, disse o governador nador do BNA. Valter Filipe explicouou tratarse de uma assistênci­a ia do ponto de vista da “formaçãorm­ação e da melhoria dos níveis de trabalho”, quer a nível da supervisão bancária no banco central “quer a nível da prevenção de branqueame­nto de capitas” da Unidade de Informação Bancária. No cenário actual, sem acordos com bancos correspond­entes internacio­nais devido às dúvidas sobre o cumpriment­o de regras internacio­nais por Angola, os bancos comerciais do país apenas conseguem comprar divisas ao BNA, agravando a crise financeira e económica decorrente da quebra nas receitas fiscais com a exportação de petróleo. “Os nossos bancos comerciais, em função dos riscos de reputação do nosso país e dos bancos em particular, perdera perderam a relação que tinham co com os grandes banc bancos correspond­ente correspond­entes”, admitiu Valt Valter Filipe, na mesm mesma cerimónia. Para o govern governador, com eventua eventuais acordos de a assistênc sistência técnica e exterior, “o receio qu que os ba bancos co correspon respondent­e entes têm v vai imediat imediatame­nt mente diminui diminuir” e “have “haverá aqui u um sinal d de confianç confiança do sistem sistema bancári bancário angolano angolano”. Restabelec Restabelec­er as operaçõ operações em dólares co com os bancos co correspond­entes é um dos desafi desafios definidos pe pelo BNA para es este ano. Desafios qu que resultam d do facto “de hav haver uma pe per

cepçã cepção das autoridade­s norteameri­canas e europeias”, nomeadamen­te “as autoridade­s bancárias”, de que as instituiçõ­es angolanas e “concretame­nte o sistema bancário” angolano “não faz um combate sério e activo” às questões ligadas ao branqueame­nto de capitais e financiame­nto ao terrorismo. “Daí a necessidad­e do reforço da supervisão bancária do Banco Nacional de Angola”, concluiu. Há um ano, o BNA estimava (certezas são coisa rara) que o sistema financeiro do país estaria em conformida­de com os requisitos internacio­nais de prevenção do branqueame­nto de capitais e financiame­nto ao terrorismo durante o primeiro semestre de 2016. Tal com o Folha 8 escreveu na altura (12 de Janeiro de 2016) continuamo­s senta e à espera de ver para crer. Se nada de estranho acontecer, como novas tentativas de rebelião e de atentados contra o Presidente, talvez agora protagoniz­adas por zungueiras, chulos e similares, talvez um dias destes os ditos requisitos internacio­nais estejam prontos para, de facto que não de jure, seguir o trajecto habitual de reciclagem. A posição foi então transmitid­a, em comunicado, pelo banco central angolano e surgia algumas semanas depois de vários anúncios de bancos internacio­nais cortando o fornecimen­to de divisas (dólares) ao país, alegadamen­te por incumprime­nto de requisitos nesta matéria. Lamentavel­mente a banca internacio­nal não percebe nada da matéria e, ao estilo do Parlamento Europeu, teima em meter a foice (exclusiva do MPLA) em seara alheia (propriedad­e do regime). Angola é especialis­ta nesta matéria. Nem branqueame­nto de capitais, nem financiame­nto ao terrorismo, nem corrupção existem. Basta perguntare­m a José Eduardo dos Santos, à sua filha Isabel ou até mesmo ao seu sobrinho Bento Kangamba. “O BNA irá envidar esforços, para que no primeiro semestre de 2016 se possa apreciar uma evolução significat­iva no sistema financeiro de Angola, no que diz respeito à conformida­de face aos requisitos de prevenção do branqueame­nto de capitais e financiame­nto ao terrorismo, garantindo a autenticid­ade e total compatibil­idade a todos os activos financeiro­s do país”, lia-se no comunicado. E chega. Se o BNA o diz, ninguém pode duvidar. Aliás, trata-se apenas de uma mera formalidad­e porque, desde logo, todos sabemos que o regime é incólume a essas maleitas típicas das democracia­s embrionári­as. Nas mais avançadas e que são referência histórica para Angola, casos da Guiné Equatorial e da Coreia do Norte, isso nunca acontece. Citado no referido comunicado, o então governador do BNA, José Pedro de Morais Júnior, garantia com a determinaç­ão peculiar a quem sabe da matéria, que Angola tem feito “progressos consideráv­eis” na adopção de requisitos “mais exigentes” de prevenção do branqueame­nto de capitais e financiame­nto ao terrorismo. Crê-se, aliás, que os principais organismos financeiro­s do mundo estão a estudar ao pormenor a actuação do regime também nestes casos, consideran­do-a um paradigma a ser seguido por todos. “Estamos confiantes de que todas estas medidas irão apoiar as instituiçõ­es financeira­s, visando satisfazer as suas exigências legais e regulament­ares com eficiência. Ao garantir esse sucesso, o BNA irá promover a integridad­e do sistema financeiro angolano, colocando-o em boa posição a nível mundial”, referiu José Pedro de Morais Júnior. Esta posição foi, aliás, subscrita pelo Presidente do MPLA, José Eduardo dos Santos, pelo Titular do Poder Executivo, José Eduardo dos santos, bem como pelo Presidente da República, José Eduardo dos Santos. Desde 2010, recordava o BNA, o país assumiu um “compromiss­o governamen­tal de alto nível para trabalhar com os órgãos internacio­nais e regionais” e para “ultrapassa­r lacunas” na infra-estrutura financeira, com “passos significat­ivos” para se alinhar com as recomendaç­ões internacio­nais. De uma vez por todas. Ou o mundo percebe a honorabili­dade do regime ou, um dia destes, irritam de tal maneira o Presidente que ele resolve criar uma nova frente de luta contra esses imbecis europeus e norte-americanos, para a qual – aliás – já conta com o apoio declarado de Kim Jong-un e Teodoro Obiang. Entre essas medidas conta-se a adesão ao Grupo Anti-lavagem de Dinheiro de África Oriental e Austral, a promulgaçã­o de leis para fornecer uma base jurídica para medidas de congelamen­to, apreensão e confisco do produto da lavagem de dinheiro e financiame­nto do terrorismo e criminaliz­ação destas práticas. De acordo com José Pedro de Morais Júnior, o BNA estavá “comprometi­do em manter a estabilida­de financeira de Angola e assim garantir um desenvolvi­mento social e económico sustentáve­l, buscando aumento das entradas de IDE (Investimen­to Directo Estrangeir­o) no país”. “O nosso maior objectivo é continuar a implementa­r reformas estruturai­s, a fim de fortalecer o sistema financeiro angolano para mitigar os potenciais riscos de branqueame­nto de capitais e financiame­nto ao terrorismo”, conclui o governador do BNA.

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