Folha 8

SAÍDA DE EDUARDO DOS SANTOS é OPORTUNIDA­DE PARA DEMOCRACIA EM ANGOLA

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Asaída de José Eduardo dos Santos da Presidênci­a da República de Angola “pode ser uma oportunida­de”, mas o resultado é imprevisív­el, afirmou hoje Christophe­r Fomunyoh, diretor regional para o departamen­to de assuntos africanos do National Democratic Institute “Não posso ser presunçoso para fazer uma previsão sobre Angola”, afirmou, numa palestra sobre “Democracia e Eleições na África Subsaarian­a: Lições aprendidas de 2016 e o que esperar em 2017” no Instituto Real de Relações Internacio­nais (Chatham House), em Londres. José Eduardo dos Santos, recordou o investigad­or camaronês, está no poder há 37 anos, o que mostra um desafio que outros países africanos enfrentam, o de preparar a transição de líderes que estiveram muito tempo no poder. “A saída pode criar uma oportunida­de. Criará espaço para continuar a `conversa’ em termos de perspetiva­s de verdadeira democracia em Angola”, afirmou. Christophe­r Fomunyoh receia, no entanto, que o processo eleitoral seja perturbado e a credibilid­ade minada devido à falta de neutralida­de do sistema político. O especialis­ta em assuntos africanos reagia assim a uma pergunta da audiência sobre o que pensava sobre o facto de o registo eleitoral estar sob a alçada do Ministério da Administra­ção do Território, liderado por Bornito de Sousa, candidato pelo Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) a vice-Presidente da República nas eleições gerais anunciadas para este ano. “Devia ser óbvio para qualquer pessoa o conflito de interesses. É óbvio que nem sequer devia ter sido candidato”, afirmou.

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