O MEU CLAMOR
Não olhemos os problemas como se fossem o fim da nossa existência. Mas, os problemas também fazem parte do nosso existir! Os problemas interrompem a nossa marcha. Mas, sem eles, não discobrimos novas picadas! Os problemas nos impõem peso. Mas, sem eles, não dispertamos as nossas forças! Os problemas nos ofuscam. Mas, sem eles, não discobrimos outros horizontes! Pelo valor transcendente, devemos lutar, até soltar no ermo o nosso último suspiro. Pelo valor transcendente, devemos lutar, quando o mesmo se encontra no perigo de sua extinção no seio de todas as esferas de convivência humana. Diz o salmista: a dor pode uma noite durar, mas a alegria vem pela manhã. A vinda de um suspiro brando está num futuro breve. No fundo do olho nasce o verdejar da esperança de uma nova aurora. A aurora vai raiar no horizonte! A Igreja foi chamada por Deus, para ser luz e não trevas! A Igreja foi chamada por Deus para apontar o destino da humanidade como um povo eleito chamado para santidade, através da marcha na trilha que é Jesus. A Igreja foi chamada a derramar o seu sangue em benefício da própria Igreja. Daí que, Tertuliano vai dizer que, o sangue dos mártires é a semente da Igreja. Querido leitor, ainda que venhas a esquecer tudo que está neste humilde texto, lembra-te sempre que: numa éra de grande deturpação moral como a nossa, se não existe mártir, é porque estamos a viver um cristianismo superficial! Mas, Se ser mártir tem algum sentido, é porque a nossa vida não termina por aqui. Templo abarrotado, não é sinónimo de almas convertidas. Hoje vamos aos templos e nele determinamos que Deus atenda as nossas petições de coisas sem sublimidade. A perda do paradigma maior faz com que se confunda tudo com tudo. Os sintomas são profundos de que estamos a viver a éra DO GRANDE DECLÍNIO DO PÚLPITO. Por isso eu ergo no alto o meu clamor, na esperança de que após a tempestade venha a bonança. Eis que há tempestade no alto mar! Eis que, o mar se revolta e o púlpito está prestes a submergir! Embelezamos os nossos púlpitos com teólogos que levam para lá linguagem refinada, mas seca de conteúdo espiritual. A nossa Palavra não tem a sua força na sua forma de ser apresentada, mas sim, na segurança espiritual confirmada pelo coração. Oratória, eloquência sem um coração sensível e espiritual é como símbalo que soa ou bronze que retine. Atentos! Há uma grande deturpação moral a entrar na Igreja de Deus. Há muita coisa imunda a entrar na Igreja e, a ser aplaudida e abraçada. As mensagens que soam dos nossos púlpitos deixaram de produzir inpacto espiritual, sermões secularizados torrnando os crentes exilados em uma terra longínqua, onde a falta do pão da vida, deixa-lhes famintos; onde a falta da água proveniente da fonte viva, deixa-lhes sedentos. As lutas interde- nominacionais pispersam, manipulam e saqueiam as ovelhas. Prega-se o evangélho da prosperidade em vez do evangélho da Cruz. Denominações cristãs que perderam a dimensão de profundidade têm estado a tornar Jesus em um simples romântico, para dar atenção às paixões e paixonites que eles mesmos perderam o senso de controlá-las. O prólogo do Evangelhode S. João mostra a transcendência de Jesus cuja proveniência está no Yawé Elyon (Deus Altíssimo) e, para o alto Ele pensa arrebatar a sua Igreja. Se Jesus é a cabeça da Igreja, toda a Igreja cristã institucional deve ser erguida somente pelo Seu auxílio. O pensamento que rege a liturgia contemporânea tem de ser construido à luz de Jesus. Não posso aceitar que o maior património que foi deixado à humanidade, e, que custou sangue derramado possa perder a sua transcendentalidade. O evangélho deve ser pregado. O evangélho não deve ser publicitado. A Igreja perdeu o genuíno sentimento de pregar o evangélho, para investir em márkting. Pela superficialidade que queremos levar a vida, tendemos muito a deixar as questões profundas e sérias para a última hora. Se for assim, então, para mim, a última hora é esta! Assumo que entrei numa luta, na qual, se as minhas forças se esgotarem, Deus as renovará no percurso da caminhada. Se a vida tem algum sentido e, ainda assim o ser humano morre, então vale dizer: Passemos por este mundo e deixemos no ermo o nosso eco! É este o meu so- nho profundo, porque penso que devemos sonhar com profundidade para que tenhamos profundas realizações. A grandeza de um homem está no grau da sua progeção transcendental em uma dimensão onírica. Deus já não é buscado na sua Magnitude, as denominações cristãs que nascem na nossa éra apegam-se a um versíloco bíblico e, sem o mesmo entrar em um diálogo hermenêutico com a sagrada escritura como uma colectividade de livros a serviço de um só Deus, de uma só verdade, e de uma só salvação, as pessoas têm hoje autoridade de esvaziar a divindade da plenitude do Seu Ser. Como se não bastasse, novas hermenêuticas surgem sem reconhecer que toda a questão epistemológica só pode ser possível na hipótese de que exista uma verdade paradigmática de cunho ontológico. Isto faz com que, se coloque várias caricaturas no rosto de Deus. A liberdade longe da verdade apagou dos supostos cristãos, o sentimento de tomor. A nossa éra é de experimentar tudo. O que mais importa é a curiosidade satisfeita. Já não pesa a ninguém estar diante de um trabalho sagrado. Pessoas não consagradas querem consagrar outras pessoas. Pessoas não abençoadas querem abençoar outras pessoas. Só conseguiremos levar o povo para o alto, se do alto formos revestidos pelo Deus altíisimo. Deixemos de viver de aparências! Sabemos que estamos longe do padrão exigido pela sagrada escritura. Sabemos bem que as nossas crinças estão a crescer na Igreja com muito talento. As nossas crianças cantam e encantam. Mas, sabemos bem que, mesmo assim, as nossas crianças estão a crescer longe da verdadeira santidade. O declínio dos valores morais na sociedade, na família e na IGREJA é reflexo da distância que existe entre nós e a fonte do bem. Os crentes em suas orações fazem pedidos a Deus, de coisas que transparece que deixaram de sonhar por um lar celestial. A busca desenfreada pelo lucro mercantilizou a Igreja de Deus. Cambistas e não só estão a abarrotar os templos, parecendo que amam a verdade de Deus, mas que fogem da sua eficácia. A Igreja foi chamada por Deus, não só para fazer o possível, mas também para fazer o impossível. De modo a gerar no ser humano o que o mundo secular não pode fazer. O clamor de João Baptista se levantava no ermo de modo a chamar o povo para o arrependimento. Todo o arrependimento genuíno tem forças para rebentar correntes de asso. Todo o arrependimento genuíno tem forças para romper limites estabelecidos pelas idiologias. Todo arependimento traz consigo, o poder da decisão de recomeçar uma nova vida. Quando as travas se dilatam, e o fólego começa a apertar, é porque chegou a hora nona! É nesta minha hora nona, que eu solto o último fólego. É nesta minha hora nona que eu solto o último fólego em tom de clamor! Amigo, seja um alethevólico! Amigo, não seja um alethefóbico!