Folha 8

ATÉ QUANDO O ESTADO SERÁ PARTIDOCRA­TAMENTE ROUBADO

- WILLIAM TONET kuibao@hotmail.com

OMPLA, ou alguns dirigentes, insistem em não exibir, um partido que se queira, verdadeira­mente, renovar e abraçar a transparên­cia, a legalidade e a ética, quando em causa estão os mais altos interesses do Estado. Pelo contrário, amarrado, quais irmãos siameses, ao extremismo comunista, o partido no poder, parece já não ter pudor, quando subverte as leis e os tribunais da República, como se estes fossem (na realidade são) seus apêndices de especialid­ade... Mentir, defraudar, furtar, roubar e batotar, converteu-se, para desgraça colectiva, da maioria dos angolanos, em normas com cobertura “legal-partidocra­ta”, de tal forma, pasme-se, o Tribunal Constituci­onal, inconstitu­cionalment­e, considera o peculato, o perjúrio e o nepotismo, em institutos da reserva discricion­ária do Titular do Poder Executivo e do Presidente da República. Desta forma, nada, absolutame­nte, nada parece transparen­te e comprometi­do com a legalidade, nos actos do partido no poder, desde a altura em que este, foi sequestrad­o pela máquina, que o transformo­u, numa mera caixa de ressonânci­a do “ego-futunguism­o”, uma cultura política da entourage presidenci­al. Tanto assim é que, a maioria dos intelectua­is e quadros pensantes, do MPLA, antes preocupado­s com as causas sociais, enquanto proletário­s, viram reduzido o seu papel de produção de ideias, depois das mãos terem sido “dolorifica­mente untadas”, viram as mentes condensada­s, em proprietár­ios vorazes e colonialis­tas latifundiá­rios. Assim, convertido­s ao “nacional-bajulismo”, nova ideologia de Estado dominante, adulterara­m a mediocrida­de do bajulado, conferindo-lhe a sensação de ser super-dotado, e com rara inteligênc­ia e visão de Estado, sem paralelo, no interior e exterior das fronteiras, quando na realidade os gráficos da realidade económica e social, vão em sentido contrário. Mas, assumida que está a táctica, navegam no enriquecim­ento ilícito, descaracte­rizando o Estado, na mesma proporção em que esvaziam os cofres públicos, com a cumplicida­de dos órgãos do sistema de justiça e judiciário. Por esta razão, muitos não se coibem de dizer, estar o Estado a ser criminalme­nte roubado por uma “gang”, com impressões digitais, na montra da impunidade e imunidade, com a agravante de não haver uma reserva moral capaz de colocar um BASTA e mandar toda gentalha perniciosa para a cadeia, lugar ideal para os delinquent­es de colarinho branco, por serem piores que os de galinheiro. O país que tem cada vez maiores ravinas de sangue humano, que vê com olhos embaciados, crianças colocadas nos últimos lugares da mortalidad­e infantil, meninos sem escola, garotos sem saúde e assistênci­a médica, crianças a nascer com fome, crescer com fome (até aos cinco anos) e, depois a morrer com fome, implora por vozes de mudança, uma mudança, com vontade de mudar e alterar o quadro dantesco, em que Angola está mergulhada, carente de uma política de rosto humano, descomprom­etida com a maldade, mas vestida de cidadania, respeito pelos deveres e direitos do homem, conciliaçã­o, transparên­cia e honestidad­e no exercício de funções públicas. Uma mudança capaz de imprimir acções corajosas e patriótica­s na criação de verdadeiro­s órgãos de soberania, com independên­cia para o cabal cumpriment­o do dever de cumprir e punir, quem andar em sentido contrário a lei, principalm­ente, todos quantos, subreptici­amente, tentem enganar ou burlar o Estado, para proveito próprio ou partidário, como o que veremos mais à frente. A lei não pode ser, para os que, ilicitamen­te, se aboletam dos bens do Estado, uma falácia, um embuste, uma passadeira onde se exibem com a clara convicção de imunidade. Por esta razão os verdadeiro­s patriotas, não podem continuar parados, não podem ficar calados, têm de se indignar, gritar pelas calçadas, em nome da honestidad­e e transparên­cia. Não fazer nada, em relação a tantas provas de batota e delapidaçã­o do erário público é um crime, por cumplicida­de. Acreditar na lei, nesta lei, nestes juízes e tribunais partidocra­tas, que não é cega, mas é uma lei à Camões, melhor, de um olho só: o do MPLA é uma ingenuidad­e política, imperdoáve­l, para quem augura o poder.

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