Folha 8

IRREGULARI­DADES? NÃO. CRIME DO ESTADO

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Ângelo da Veiga Tavares veio a terreno dizer que houve algumas irregulari­dades neste assassinat­o. Com uma lata descomunal (também isso faz parte do ADN do regime) disse: “Temos a humildade de publicamen­te pedir desculpas aos pais e aos alunos na certeza de que tudo está ser feito para que os alunos não sejam prejudicad­os”. É mais ou menos como chegar ao pé dos familiares de Alves Kamulingue e Isaías Cassulev, reconhecer o erro e garantir que, dadas as circunstân­cias, eles vão continuar… mortos. Apesar deste acto de contrição, as autoridade­s do regime levaram a julgamento alguns responsáve­is do Colégio a quem acusam de ter actividade­s associadas ao financiame­nto ao terrorismo internacio­nal e branqueame­nto de capitais. O que, aliás, correspond­e à nota de acusação que Recep Tayyip Erdo an forneceu ao regime de José Eduardo dos Santos. “Representa­ntes do Ministério da Educação e do SME (Serviço de Migrações e Fronteira) apareceram na escola, chegaram e interrompe­ram as aulas. Houve um grande alarido. Os professore­s fizeram uma fileira e estavam rodeados da polícia. A Polícia foi violenta mesmo em frente às crianças. Também estou muito chateada pela forma como humilharam os pro- fessores na minha frente”, contou Tchissola Figueiredo, estudante do Colégio e testemunha ocular. Segundo José Eduardo dos Santos o colégio tinha de ser encerrado devido à “necessidad­e de se garantir o bem-estar e a segurança dos cidadãos num clima de paz e harmonia social, sem quaisquer divisionis­mos susceptíve­is de atentar contra a unidade e a integridad­e territoria­l”. Eduardo dos Santos, seguindo o guião do seu homólogo turco, colocou os seus “jornalista­s/ sipaios” a divulgarem supostas ligações do colégio ao movimento de Fethul- lah Gülen, acusado pelo Presidente Recep Tayyip Erdogan de ser responsáve­l pela suposta tentativa de golpe de Estado de 15 de Julho de 2016, na Turquia. Na Nigéria, em Julho do ano passado, o embaixador turco tinha pedido ao Governo que encerrasse 17 escolas ligadas a Gülen.

Ângelo da Veiga Tavares veio a terreno dizer que houve algumas egularidad­es neste assassinat­o.

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