CORRUPÇÃO DO REGIME MATA AS NOSSAS CRIANÇAS
Dados oficiais, triados obviamente por essa mítica entidade que dá pelo nome de “ordens superiores”, revelam que 150 pessoas morreram na província do Bié devido à má nutrição. Mesmo que esse número fosse exacto (basta conhecer a região, ou o país, para saber que peca por enorme defeito) seria alarmante. Mas não é. Nem esse nem o que revela que 20 milhões de angolanos são pobres. Segundo o director provincial de Saúde no Bié, João Ca- cungula, as mortes foram registadas entre os 2.020 novos casos notificados no ano passado. O responsável, citado pela agência noticiosa angolana, Angop, avançou que estes números, quer de casos, quer de mortes, indicam uma redução, comparativamente a 2015, ano em que foram registadas menos 22 mortes e menos 99 casos de má nutrição. João Cacungula frisou que 729 doentes registaram melhorias, 150 abandonaram o tratamento, enquanto 56 foram transferidos para unidades de saúde de referência. O director provincial de Saúde do Bié avançou que os nove municípios dispõem de unidades especializadas para atendimento de casos de má nutrição, salientando que a formação de quadros de vigilância nutricional em todas as comunidades, acções de sensibilização e aconselhamento, sobretudo às mães que amamentam, têm contribuído para a redução do número de casos e da mortalidade. Por muito que isso custe às “ordens superiores” (mais exactamente ao regime de sua majestade o rei José Eduardo dos Santos), a verdade é que em Angola existem mais de seis milhões de pessoas subnutridas.