Só MESMO A… TIRO
Recordam-se que, entre outros, a rapper norte-americana Nicki Minaj não ligou aos apelos e veio actuar em Angola, o país onde uma em cada seis crianças morre antes de completar cinco anos? Recordam-se que a anfitriã, Isabel dos Santos, compensou-a com o módico cachet de cerca de 2 milhões de dólares? Segundo a Unicef, para além dos números preocupantes relativos à mortalidade infantil, os dados indicam ainda que mais de um quarto das nossas crianças está fisicamente afectado pela subnutrição e que os casos de morte materna durante o parto são de 1 em 35. Os pais destas crianças que, ao contrário do que pensa o paizinho da rainha santa Isabel, são angolanas, ficaram felizes porque – segundo o regime – a presença de Nicki Minaj ajudou a alimentar muita gente. E é verdade. O clã presidencial alimenta-se muito bem. Thor Halvorssen, presidente da Human Rights Foundation, bem disse que a corrupção e nepotismo do regime angolano são uma realidade há 40 anos. Mas não adianta. As crianças morrem à fome? Morrem. Mas o que é que isso interessa? Se os governos europeus e norte-americano idolatram José Eduardo dos Santos, considerando-o um ditador… bom, porque carga de chuva Nicki Minaj não poderia ir sacar uma massas, indiferente ao sofrimento dos angolanos? A história nem sequer é nova. Há quatro anos já a Human Rights Foundation (HRF), organização de defesa dos direitos humanos sediada em Nova Iorque, acusou a cantora norte-americana Mariah Carey de ter aceitado um cachet de um milhão de dólares para dar um concerto para