Folha 8

O SENHOR PETRÓLEO

-

Não sendo de origens abastadas, como é que Manuel Vicente se torna numa das figuras mais ricas do regime? Em 1991 entrou para a Sonangol como funcionári­o e ocupando o cargo director-adjunto até 1998, chegando a presidente um ano depois. Foi Manuel Vicente quem liderou negociaçõe­s com os gigantes mundiais do petróleo, como a Exxon Mobil, a Chevron, a Total, a Elf ou a BP. Em 2011, o ultimo ano de Manuel Vicente na Sonangol, as receitas da petrolífer­a ascenderam a cerca de 34 mil milhões de euros, montante que coloca a empresa ao nível dos gigantes mundiais como a Amazon ou a Coca-cola. A gestão de muitos milhões, feita por meios opa- cos, de há muto que colocou a Sonangol no radar da corrupção. Isso mesmo foi dito pela Global Witness e Fundo Monetário Internacio­nal. Em 2011 a Sonangol teve 34 mil milhões de euros de receitas. Nesse ano o FMI detectou um buraco nas contas nacionais de Angola de cerca de 32 mil milhões de dólares americanos entre 2007 e 2010. Um montante que, alegadamen­te resultante das receitas de direitos petrolífer­os, que a Sonangol nunca transferiu para o Estado. A gestão de Manuel Vicente fica igualmente marcada por 4,2 mil milhões de despesas não registadas da Sonangol. Embora pouco transparen­te, o sucesso de Manuel Vicente na Sonangol catapultou-o para o círculo íntimo do presidente, sentando-o ao mesmo nível de `Kopelipa’ e `Dino’, para além de interlocut­or-mor dos negócios com Isabel dos Santos e os filhos de José Eduardo dos Santos. No meio de todo este imbróglio importa recordar que, em 2013, depois da abertura, em Portugal, de investigaç­ões criminais por suspeitas de branqueame­nto de capitais contra João Maria de Sousa, procurador-geral da República, o general `Kopelipa’ e o próprio Manuel Vicente, José Eduardo dos Santos anunciou formalment­e o fim da “parceria estratégic­a com Portugal”.

 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola