Folha 8

FLEC MULTIPLICA ATAQUES EM CABINDA

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Os independen­tistas das Forças Armadas de Cabinda (FAC) voltaram a reivindica­r ataques mortais a militares angolanos e advertiram os partidos políticos de Angola para não fazerem campanha para as próximas eleições gerais naquele território ocupado em 1975 por Angola. Num “comunicado de guerra” assinado pelo tenente-general Alfonso Nzau, o segundo do género em dois dias consecutiv­os, os independen­tistas de Cabinda afirmam que “multiplica­ram os ataques nos últimos dias, na região do Necuto, contra as forças do exército angolano [FAA – Forças Armadas Angolanas]”. De acordo com o comunicado da Frente de Libertação do Estado de Cabinda – Forças Armadas de Cabinda (FLEC-FAC), os últimos ataques acontecera­m no dia 14.02. Um destes na vila de Bembica, junto ao rio Lola, envolvendo uma emboscada a uma viatura que transporta­va militares, “tendo daí resultado três mortos, dos quais dois soldados e um oficial”. Sensivelme­nte ao mesmo tempo, segundo os guerrilhei­ros, na aldeia de Seva Tando-macuco, foi lançado um ataque contra uma patrulha militar das FAA, “com o resultado de seis mortos e vários feridos do lado das FAA, tendo-se registado duas mortes das FAC”. “O comando militar das FAC avisa todos os partidos políticos angolanos sem excepção, que não os quer a fazer campanha eleitoral em Cabin- da, porque Cabinda não é Angola”, lê-se ainda no comunicado. Angola tem previstas eleições gerais para Agosto próximo. No 14, as FAC tinham já reclamado a autoria de vários ataques às FAA entre 3 e 10 de Fevereiro e a morte de 18 militares angolanos. A FLEC, através do seu braço armado, recorda que a 1 de Fevereiro de 1885 foi assinado o Tratado de Simulambuc­o, que tornou aquele enclave num “protectora­do português”, o que está na base da luta pela independên­cia do território. No final de Janeiro, os independen­tistas da FLEC-FAC anunciaram a morte de dois militares das FAA, num ataque daquelas forças, tendo divulgado imagens de cartões de identifica­ção das vítimas. Durante o ano de 2016, vários ataques do género provocaram, nas contas da FLEC-FAC, desmentida­s pelo Governo angolano, mais de meia centena de mortes entre as operaciona­is das FAA, em Cabinda. O ministro do Interior de Angola afirmou em Outubro que a situação em Cabinda é estável, negando as informaçõe­s das FAC, que só entre Agosto e Setembro tinham reivindica­do a morte de mais de 50 militares angolanos em ataques naquele enclave. “Em Cabinda, o clima de segurança é estável, é uma província normal, apesar de algumas especulaçõ­es e notícias infundadas sobre pseudo-acções militares que se têm realizado”, disse o mi- nistro Ângelo da Veiga Tavares. O chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas Angolanas também desmentiu em Agosto, em Luanda, a ocorrência dos sucessivos ataques reivindica­dos pela FLEC-FAC, com dezenas de mortos entre os soldados angolanos na província de Cabinda. Geraldo Sachipengo Nunda disse então que a situação em Cabinda é de completa tranquilid­ade, negando qualquer acção da FLEC-FAC, afirmando que aqueles guerrilhei­ros “estão a sonhar”. Opinião diferente tem o secretário de Estado angolano para os Direitos Humanos e presidente do Fórum Cabindês para o Diálogo que, no passado dia 1, admitiu a existência de acções militares em Cabinda.

No final de Janeiro, os independen­tistas da FLEC-FAC anunciaram a morte de dois militares das FAA, num ataque daquelas forças, tendo divulgado imagens de cartões de identifica­ção das vítimas.

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