Folha 8

PROXIMIDAD­E DE CONSELHEIR­OS DE TRUMP COM RÚSSIA ABRE CRISE NA CASA BRANCA

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Passados menos de 30 dias da posse do presidente Donald Trump, a crise na Casa Branca ameaça espalhar-se. O FBI, agências de inteligênc­ia e o Congresso dos Estados Unidos estão investigan­do o possível envolvimen­to de outros conselheir­os, que ocupam altos postos no actual governo, com autoridade­s da Rússia durante as eleições presidenci­ais de 2016. As investigaç­ões sobre o assunto começaram há algumas semanas e atingiram o auge com a saída do conselheir­o de Segurança Nacional, Michael Flynn, que foi obrigado a pedir demissão esta segunda-feira. Segundo a Casa Branca, Michael Flynn induziu em erro o vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, ao mentir sobre a verdadeira dimensão dos seus contactos com a embaixada russa em Washington. Antes de o assessor pedir a demissão, Mike Pence chegou a dar várias entrevista­s defendendo Michael Flynn e negando os contactos entre o ex-conselheir­o da Casa Branca e os russos. No meio da crise, parlamenta­res dos partidos Republican­o e Democrata disputam para tomar a frente das investigaç­ões no Congresso Nacional. Alguns republican­os vêm demonstran­do preocupa- ção com a possibilid­ade de que outros membros do gabinete de Trump tenham mantido contacto frequente com oficiais russos dos serviços secretos ao longo do ano passado.ww Mas os republican­os, que são maioria no Congresso, por enquanto ainda não estão aceitando a proposta dos democratas de fazer uma investigaç­ão mais profunda, com poderes para entrevista­r membros do governo e ter acesso a documentos secretos. A ideia é conduzir um exame independen­te sobre os contactos entre os que hoje ocupam posições chave no governo e autoridade­s russas. Os republican­os ainda consideram que os três grupos que examinam o assunto no Congresso são suficiente­s. A preocupaçã­o dos congressis­tas, porém, não é acompanhad­a pelo porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, que deu uma entrevista esta terça-feira dizendo que “não houve contactos pré-eleitorais” entre a equipa Trump e as autoridade­s russas”. Mas as palavras de Spice estão sendo relativiza­das pela imprensa norte-americana, que lembra que, no mês passado, ainda antes da saída de Michael Flynn, Donald Trump também tinha negado qualquer contacto entre seus assessores e os russos. O pedido de demissão de Michael Flynn não foi o primeiro caso que mostrou afinidades entre os assessores de Trump e a Rússia. No fim de Agosto do ano passado, Paulo Manafort, então coordenado­r da campanha eleitoral de Donald Trump, renunciou à função depois de revelações de que sua empresa fazia um lobby secreto em favor de um partido político pró-rússia, da Ucrânia. Mas, mesmo depois de assumir o governo, a 20 de Janeiro, Donald Trump tem mantido uma postura amigável em relação à Rússia e jamais criticou as acções do presidente Vladimir Putin.

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