Folha 8

FUTEBOL DE LUTO, A VERDADE MORREU SOLTEIRA NO UÍGE I

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Passada mais de uma semana sobre a tragédia que aconteceu na avalanche de gente que derrubou uma porta do estádio 4 de Janeiro, na cidade de Uíge, aquando do encontro entre o Santa rita Cássia e o desportivo do Libolo a 10 de Fevereiro do mêsem curso, continuamo­s sem saber o que se passou. No momento em que se deu a investida que derrubou a referida porta, tinham decorrido, como dissemos supra,7 minutos de jogo e o Libolo tinha acabado de marcar um golo. O barulho que se fez nesse momento nas bancadas excitou a arraia-miúda que tentava entrar no estádio. Os que se encontrava­m na linha da frente foram empurrados e caíram, os que estavam atrás também foram empurrados pelos que vinham a seguir e, na excitação de poder entrar para assistir ao jogo, aconteceu a tragédia. É mais ou menos tudo o que se sabe sobre o que realmente aconteceu nesse trágico lance. No dia seguinte, 11 de Fevereiro, os relatos nos media sobre que se passou, caracteriz­avam-se pela disparidad­e na referência ao número de mortos e feridos vitimados, os primeiros foram anunciados como sendo entre 17 e 25, os segundos entre 56 e 76. Houve quem dissesse que havia mais de 100 feridos! A Televisão Pública de Angola (TPA) não conseguiu sair da sua endémica tendência para distorcer a realidade sem vergonha e o apresentad­or, de serviço, Ernesto Bartolomeu, chegou a dizer no grande telejornal, dessa mesma sexta-feira, que o gravoso incidente tinha ocorrido porque a multidão tinha desobedeci­do às autoridade­s, não tinha acatado as suas directivas e conseguiu furar o cordão de segurança para investir em força contra o portão do estádio. O tal cordão a que a TPA se referiu, pelo que sabemos de pessoas que assistiram à ocorrência, eram dois policiais simpatiquí­ssimos, mas impotentes perante tanta gente híper-excitada!

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