SOMOS UM PAÍS GOVERNADO POR LADRÕES E CORRUPTOS?
SUSPEIÇÃO NACIONAL E INTERNACIONAL
Oautóctone angolano, de todas latitudes, raças e credos religiosos, tem sido, para desgraça colectiva, confrontado com a tese de estar a ser governado por corruptos e ladrões, que açambarcam e privatizaram o Estado, uma mancha para os visados como, também, directa ou indirectamente, atingindo a honra dos honestos e dignos trabalhadores. Verdade ou mentira, tudo incrimina. Esta lógica é tão velha, como actual, porquanto a minoria milionária e bilionária, engorda com o minguar dos cofres públicos, dolosamente pilhados, pela gang, com identidade partidocrata, que se aproveita da falta de escrutínio da sua acção enquanto governantes, por parte dos cidadãos, para desfilar imunidade e impunidade pelos corredores do poder. Por esta razão, quando alguns jovens, indignados se manifesta, face a roubalheira institucional, a gang da ladroagem, acciona o botão policial, para soltar os cães e bastões, visando conter a revolta de milhões que calcorreia, na mente de milhões de cidadãos honestos, que se afasta, diariamente, da política e dos políticos, por falta de coragem de vir para as ruas gritar contra a corrupção.neste momento, os processos judiciais, no exterior, envolvendo a elite governante, colocam à nú, evidências históricas da corrupção (desde o período de partido único, instituído por Agostinho Neto) não ser um fenómeno isolado de meia dúzia de elementos, mas do grupo hegemónico que controla o regime desde 1975, como proletário, mas cuja prática discrimi- natória se identifica com o capitalismo selvagem e fascista. É pois uma prática mafiosa, comum nas gangs, que faz a do regime angolano, navegar com ligeireza, nos cofres públicos, face a cobertura policial e militar, ideologicamente comprometida com o regime cleptocrata que dominando os poderes económico, financeiro, político, administrativo e social, rouba as finanças e património público, institucionalizando a pilhagem, partilhada a todos níveis. É este quadro dantesco que leva, cada vez mais, os cidadãos perderem respeito pelos actuais dirigentes, cuja vida de lorde, contrasta com a pobreza e miséria de mais de 20 milhões de autóctones, sem uma aspirina, vacina, pão, luz, água, caderno, lápis e liberdade... Sabe-se nem todos gestores ou agentes públicos serem corruptos ou ladrões do dinheiro público, mas sendo uma gota de água, por vezes, são confundidos com as gangs institucionalmente corruptas, mas o povo tem memória e conta com estes, para no dia do juízo final, poderem fornecer acervo probatório bastante, contra esta máfia que está a corroer a sociedade. Suspeições e acusações sobre delapidação, corrupção e tráfico de influência, recaiem contra o Presidente da República, filhos, vice-presidente, ministros, filhos de governantes e familiares, em mais de 150 processos judiciais em tramitação nos tribunais internacionais dos Estados Unidos, Portugal, Brasil, Inglaterra, etc. Actualmente, o engenheiro Manuel Vicente, caído em desgraça interna é o rosto mais visível, face a acusação blindada, de alegado branqueamento de capitais, tráfico de influência e corrupção, por dentre outras, ter “comprado” o silêncio, por mais de 700 mil euros (cerca de 1 milhão de dólares), de um procurador da República portuguesa (também constituído arguido), para apagar provas e processos, como o da aquisição de im- óveis milionários, para Manuel Helder Vieira Dias Kopelipa e Leopoldino Fragoso, ambos da Casa de Segurança da Presidência da República, por não conseguir, até agora, justificar a proveniência licíta desse dinheiro, pese refugiarse na ladainha de ter sido PCA da Sonangol e consultor de outras empresas, argumentos tão frágeis, quão ridículos, que não colhem... O direito nacional pátrio não proíbe que um corrupto, um ladrão ou assassino possa estar a contas com o direito internacional, quando a sua acção transcende as fronteiras nacionais. Dinheiro público, comprovadamente dado, como desviado, por alguém, deve ser perseguido, lá onde estiver e o autor algemado. O estranho é assistir instituições públicas, a defender um ente privado, quando deveriam exigir, deste um posicionamento consentâneo com as acusações. A lógica só está invertida, em função da apatia da população, que não saí a rua, para exigir justiça e cadeia contra os ladrões e corruptos institucionais. É verdade que no caso de Manuel Vicente, a acusação não significa, inicialmente, o cometimento dos crimes de que vem acusado. Imperando respeito pelo princípio do contraditório, Vicente pode esgrimir argumentos em sua defesa (não o fazendo, com lisura e eficácia, está a reconhecer), pois tem ainda a seu favor o princípio da presunção de inocência, até trânsito em julgado, pelo que fugir a respostas, pode não ser a melhor táctica, tal como a de atacar o governo português, que respeitando a soberania dos poderes, no seu país, é politicamente incompetente, para interferir no sistema judicial, proibindo os tribunais e juízes de exercerem o seu papel, ainda que em Angola seja diferente face a balbúrdia, onde a interferência política partidocrata seja a regra...