SOCIALISTAS (DO PS E DO MPLA) AMAM-SE
OMPLA informou ter sido reeleito para novo mandato na vicepresidência da Internacional Socialista, durante o congresso da organização que decorreu na Colômbia. E siga a farra. O prostíbulo político está cheio e há gente à espera… Em comunicado, o partido no poder em Angola desde 1975 informou que é representado na Direcção da Internacional Socialista pelo secretário do bureau político do Comité Central para as relações internacionais, Julião Mateus Paulo “Dino Matross”. A reeleição do MPLA para um terceiro mandato na vice-presidência da Internacional Socialista aconteceu na cidade de Cartagena, durante o 25.º congresso daquela organização. Foram também eleitos o grego George Papandreou, como presidente da IS e o chileno Luís Ayala, como secretário-geral. Já com o MPLA na vicepresidência daquele organismo, Luanda recebeu em Novembro de 2015 uma reunião anual do conselho da Internacional Socialista. “As grandes potências normalmente interferem muito na vida dos povos, eles querem ser os patrões do mundo, isso já desde há muito tempo. E sobretudo os antigos colonizadores, acham que ainda têm que interferir na vida dos povos independentes”, criticou, durante o encontro de Luanda, o dirigente do MPLA Julião Mateus Paulo “Dino Matross”. Na ocasião estiveram representados em Angola 160 partidos de todo o mundo. A Internacional Socialista é considerada a maior organização mundial dos partidos políticos social- democratas, socialistas e trabalhistas. O secretário-geral do MPLA, Julião Mateus Paulo “Dino Matross”, disse no dia 27 de Novembro de 2015, em entrevista à agência Lusa, esperar que o novo Governo socialista português “mantenha relações boas” entre os dois estados. O dirigente angolano falava à margem, recorde-se, da segunda reunião anual da Internacional Socialista, em Luanda, encontro em que a comitiva portuguesa do PS foi aplaudida pelos restantes representantes pela posse do novo Governo de Portugal. “As nossas relações entre povos, estados, não podem ser perturbadas, seja qual for a situação. Seja quem vier, quem estiver lá em Portugal a dirigir, nós teremos sempre as melhores relações com o Estado, Governo ou com o povo português”, afirmou Julião Mateus Paulo “Dino Matross”. O secretário-geral do MPLA, partido no poder em Angola desde 1975, sublinhou que as relações com o PS “nunca foram más”, apesar da acção de algumas “alas”, mas algo que “já pertence ao passado”. Pertencerá ao passado? Talvez. Relembre-se, contudo, que o governo de António Costa conta com o vital apoio do Bloco de Esquerda que diz do regime angolano o que Maomé não disse do toucinho. “Nós não damos muita importância àquilo que dizem contra nós. O que nós queremos é que quem estiver em Portugal tenha e mantenha relações boas com Angola. Existem relações entre nós, até quase familiares”, insistiu o dirigente do MPLA. Recordou que chegaram a estar a trabalhar em Angola, no pico da crise em Portugal, mais de 300.000 portugueses, sublinhando também por isso a necessidade de manter o nível de relacionamento bilateral. “Que haja um ou outro a querer problemas com Angola, nós não ligámos muito. O que importa a Angola é manter as mesmas relações que tivemos desde a nossa independência com Portugal. Seja quem estiver lá no Governo, que mantenha as melhores relações connosco”, enfatizou. Questionado sobre a preocupação que algumas figuras do regime angolano têm demonstrado, publicamente, com a possível influência do Bloco de Esquerda, o secretário-geral do MPLA desvalorizou. Julião Mateus Paulo “Dino Matross”, que é igualmente vice-presidente da Internacional Socialista, desafiou mesmo os dirigentes do Bloco de Esquerda a visitar Angola. “Venham a Angola. Angola está aberta, não tem problema”, disse. Em síntese, o MPLA quer que Portugal mantenha, ou aumente, o nível de bajulação ao “querido líder”. E isso vai necessariamente acontecer. O Par- lamento português tem, no caso das relações com o regime de Eduardo dos Santos, uma esmagadora maioria de invertebrados bajuladores. PSD, CDS, PS e PCP fazem desse misto da sabujice e bajulação um modo de vida, uma forma de subsistência. A excepção é o BE. Mas, como tal, apenas confirma a regra. É que se assim não for, o regime fecha a torneira. O general Bento dos Santos Kangamba, sobrinho do presidente Eduardo dos Santos, bem diz: “As pessoas são as mesmas, tirando duas figurinhas bonitinhas que estão a aparecer aí no Bloco de Esquerda. Mas as pessoas que foram contra Angola são as mesmas [agora]. Eles acham que Angola até hoje é escravo, que nós somos escravos de Portugal (…) não podemos ser ouvidos e que Portugal é que manda, que Portugal é que diz e que Portugal é que faz. Os portugueses têm que saber que Angola é um Estado soberano”.