CONTRASTE ENTRE OS DADOS DO EXECUTIVO E AS MORTES DE CRIANÇAS NA LUCRÉCIA PAIM
Nos primeiros dois meses do ano, morreram mais de 110 crianças por cada 1.000 partos realizados na maternidade Lucrécia Paim, em Luanda, números que fragilizam as estatísticas recentemente apresentadas pelo Governo, segundo as quais entre 2011 e 2015 a taxa de mortalidade infantil baixou de 115 para 44 óbitos por cada 1.000 nascimentos. Depois de no final do ano passado o Executivo ter anunciado que Angola conseguiu reduzir para mais de metade os casos de mortalidade infantil - garantindo que entre 2011 e 2015 baixaram de 115 para 44 em cada 1.000 partos, o dia-a-dia na maternidade Lucrécia Paim, em Luanda, expõe uma realidade completamente diferente. “A mortalidade neonatal está um bocado alta: foi de 113 por 1.000 partos em Janeiro e 115 no mês de Fevereiro”, revelou à imprensa, Corado Silva, chefe de serviço da neonatologia dessa unidade de saúde. Segundo o responsável, o mau acompanhamento pré-natal das mães sobressai na lista de proble- mas que ajudam a explicar os elevados índices de mortalidade, tendo em conta que algumas contrariedades “poderiam ser identificadas antes do parto e não são”. O diagnóstico foi apresentado no início desta semana, durante uma visita da ministra da Família e Promoção da Mulher, Filomena Delgado, à Lu- crécia Paim. “Saio da maternidade um bocado preocupada, porque as dificuldades que a direcção apresentou têm implicações directas na mortalidade e na assistência mais efectiva que deveria haver aqui”, lamentou a governante, que se inteirou, por exemplo, da escassez de médicos. Com um atendimento médio diário de cerca de 200 pacientes, o estabelecimento de saúde enfrenta “dificuldades para responder à demanda”, reconheceu a directora da unidade, Adelaide de Carvalho, expondo mais uma das potenciais causas do elevado número de mortes. Elevado número de mortes na Lucrécia Paim contrariam dados do Governo sobre redução da taxa de mortalidade infantil Nos primeiros dois meses do ano, morreram mais de 110 crianças por cada 1.000 partos realizados na maternidade Lucrécia Paim, em Luanda, números que fragilizam as estatísticas recentemente apresentadas pelo Governo, segundo as quais, entre 2011 e 2015 a taxa de mortalidade infantil havia baixado significativamente.