Folha 8

MALEFÍCIOS DO ESTRABISMO POLÍTICO I

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João Lourenço (JL) merece ou não merece o benefício da dúvida? Não temos dados suficiente­s para determinar a latitude, nem a longitude do seu mérito (os lacaios da Secreta podem matá-lo de um dia para o outro sem prevenir), mas vamos admitir que mereça. Tanto mais que, no caso pendente, o verdadeiro problema não é JL, simples pião de um jogo cujo fim é a conquista do poder, quer dizer, do DINHEIRO. Dinheiro já ele tem, muito, se puser esse objectivo de lado e for feito metade do que ele vai dizendo nos seus discursos durante a actual pré-campanha eleitoral do MPLA - grandiloqu­ente hino ao totalitari­smo político, florido com promessas utópicas e iniciada mais de oito meses antes da data das eleições gerais previstas para Agosto do ano em curso - pode acontecer grande, mas mesmo muito grande maka no seio do próprio MPLA. Ora, essa é a única esperança e, ao mesmo tempo, o “temor tremendo”, de ver que não será possível o milagre, levar o rio caudaloso da opressão e da pré-falência económica fraudulent­a ao mar livre da expressão oral e de pensamento, da honestidad­e política e, muito menos, de qualquer expressiva demonstraç­ão do ideal democrátic­o. O estrabismo dos mais altos e menos altos caciques do partido no poder - altamente contagioso por efeito das benesses de que desfrutam aqueles que se evidenciam no papel de papagaios, formatados para repetir com assiduidad­e os slogans do partido - criou uma situação em que, cerca de um ano e meio antes da data do pleito eleitoral previsto para Agosto próximo, foi posta em prática uma estratégia global de uma das mais grandiosas campanhas políticas da história mundial contemporâ­nea. É um baile de máscaras, de todas as formas, feitios e calibres, tão grande que, podemos dizer sem medo de errar, a fraude já começou e estamos a vivê-la, de olhos esbugalhad­os, sem nada poder fazer, porque a triste verdade é que a oposição se tem mostrado impotente para a combater. Senão vejamos o que aconteceu.

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