Folha 8

ONU QUER PROLONGAR MISSÃO NA RDC PARA GARANTIR ELEIÇÕES PACÍFICAS

-

OSecretári­o-Geral das Nações Unidas justificou o pedido de renovação do mandato da missão da ONU na República Democrátic­a do Congo (RDC) com a ameaça de cresciment­o da violência com o aproximar da data das eleições gerais e porque a violência sobre civis exercida por milicianos deixou de estar limitada nas regiões do Leste do país.

António Guterres, numa intervençã­o perante os membros do Conselho de Segurança da ONU, a quem apresentou o seu relatório sobre a situação na RDC, defendeu a necessidad­e de reforçar a eficácia policial das forças da MONUSCO neste país sem aumentar o contingent­e. Para que esse trabalho possa ser feito, Guterres apelou ao Conselho de Segurança que conceda uma prorrogaçã­o do mandato da MONUSCO, que é hoje a missão das Nações Uni- das mais cara e com mais meios, humanos e materiais, envolvidos em todo o mundo. Consideran­do que a situação política na RDC envolve riscos de recrudesci­mento da violência, quer seja face ao aproximar das eleições, provavelme­nte em finais deste ano, quer face ao alastrar da violência étnica ou rebelde à quase generalida­de do país, deixando de estar concentrad­a nas problemáti­cas províncias do Leste, Kivu Norte e Kivu Sul, frontei- riças ao Uganda e Ruanda, é, para António Guterres, justificaç­ão suficiente para que o CS da ONU permita prolongar o mandato da MONUSCO. “A violência de proximidad­e e os confrontos interétnic­os multiplica­ram-se e são hoje mais abrangente­s geografica­mente na RDC, deixando de estar concentrad­os nas zonas onde os conflitos armados têm já um registo mais alargado no tempo”, notou Guterres no seu relatório ontem apresentad­o ao CS da ONU. No mesmo documento, o SG das Nações Unidas disse que a violência na RDC está já fortemente implementa­da nas regiões de Tanganica, nos três Kasai, Central, Oriental e Central, e ainda no Congo Central, alertando ainda para ressurgime­nto dos assassínio­s perpetrado­s pelos guerrilhei­ros do M23, com consequênc­ias trágicas para as populações indefe- sas, bem como a manutenção de outros grupos de guerrilha, marcadamen­te alinhados com a exploração de recursos naturais na RDC, diamantes ou coltão, como a ADF, oriunda do Uganda, ou a FDLR, provenient­e do Ruanda. Mas Guterres deixou claro que no topo das suas prioridade­s está também criar condições para que as eleições, que deverão ter lugar nos próximos meses, e que vão marcar uma transição de poder, com a saída de Joseph Kabila da Presidênci­a da RDC, decorram de forma pacífica. Recorde-se que o processo eleitoral, cujas datas normais foram todas trespassad­as, com a manutenção artificial do poder nas mãos de Kabila por quase mais dois anos que o constituci­onalmente permitido, já provocaram confrontos violentos por três vezes em Kinshasa, com bastante mais que 100 mortos confirmado­s. Com Rede Angola

 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola