Folha 8

INSENSIBIL­IDADE E MALDADE DO GOVERNADOR DO BNA

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Não é demais recordar ao governador do BNA que as FAA são o garante da paz e da integridad­e territoria­l de Angola , pois foram os militares que trouxeram a paz e são eles que garantem a inviolabil­idade das nossas fronteiras. Muitos estão como bolseiros para pôr o seu saber ao serviço da nação e, por isso, não compreende­m como o governador do BNA se esquece de autorizar o pagamento dos seus subsídios, parecendo entender que eles são seres sem vida. Lamento que aumento exponencia­lmente quando, por exemplo, se sabe que no Carnaval no Brasil Coreon Du viajou com dinheiro disponibil­izado pelo BNA. Por isso os bolseiros perguntam: “Que maisvalia traz para Angola assistir ao carnaval no Brasil? Será que a futilidade tem mais valor que nós bolseiros que estamos em formação para dar nosso melhor em prol da defesa de nosso pais? Ou será que, por não sermos filhos de gente grande, podemos morrer de fome?” Neste contexto, os bolseiros escreveram ao Ministro da Defesa Nacional, general João Lourenço, e ao Chefe do EMGFAA, general Geraldo Nunda. Eis, na íntegra, o teor dessa missiva: “Somos Bolseiros da FAA espalhados por este mundo fora e passando por dificuldad­es extremas fruto dos atrasos nos subsídios que vão a caminho de 5 meses. Soubemos que o pais atravessa uma crise financeira e cambial, contudo não deixa de ser verdade que somos humanos e precisamos de satisfazer as nossas necessidad­es básicas como seres humanos, isto é, alimentaçã­o e habitação. Alimentaçã­o: estamos a passar fome porque não temos como suprir esta necessidad­e e dependemos de caridade para fazer uma refeição condigna, e quando não aparece esta caridade ficamos pelo copo de água e pão duro e correndo risco de contrair doenças graves de origem alimentar que hoje no mundo moderno não se admite. Habitação: estamos a morar de favor em casa de colegas que se diga de passagem foram assessores em Angola e entendem e conhecem a nossa péssima realidade. Quem não tiver esta sorte terá que enfrentar as situações adversas de morar na rua como as condições climatéric­as e o crime e não esquecendo a XENOFOBIA. Somos humanos contudo sendo tratados com animais pois ninguém nos presta um esclarecim­ento e quando ligamos para a Direcção Principal de Preparação de Tropa e Ensino do EMGFAA, somos ignorados pois ninguém atende e quando enviamos mensagens so- mos tratados como animais ou criminosos onde somos tratados de forma grosseira: “Deixem de incomodar e aguardem”. A imagem de Angola já é péssima e acredito que como Angolanos não é de bom agrado piorar esta situação, pois a qualquer momento iremos morrer de fome pois estamos em condições extremas de pobreza, esquecimen­to e abandono, só com a intervençã­o de Vossas Excelência­s esta situação pode ser sanada junto dos órgãos de direito, por isso clamamos por SOCORRO COM ESTE GRITO DE DESESPERO.” Depois de mais esta carta, com um grito de socorro, que se multiplica por todas as partes do Globo, onde existem bolseiros angolanos, esperemos que a irresponsa­bilidade de quem de direito, tenha um limite e seja capaz de dar um basta à esta deprimente situação.

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