Folha 8

O CASO FERNANDO HEITOR

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A 13 de Março de 1966, um grupo de nacionalis­tas liderado por Jonas Malheiro Savimbi, começou a escrever uma importante parte da história de Angola. Militantes como Fernando Heitor continuam a enterrar o espírito que deu corpo ao que se decidiu no Muangai. Jonas Savimbi disse-nos, em 1975, no Huambo: “a UNITA, tal como Angola, não se define – sente-se”. Mas para sentir é preciso ser muito mais que um mercenário, que um sipaio, não é Fernando Heitor? Foi no Muangai, Província do Moxico. Daí saíram pilares como a luta pela liberdade e independên­cia total da Pátria; Democracia assegurada pelo voto do povo através dos partidos; Soberania expressa e impregnada na vontade do povo de ter amigos e aliados primando sempre os interesses dos angolanos. Resultaram também a defesa da igualdade de todos os angolanos na Pátria do seu nascimento; a busca de soluções económicas, priorizaçã­o do campo para beneficiar a cidade; a liberdade, a democracia, a justiça social, a solidaried­ade e a ética na condução da política. Será que Fernando Heitor sabe quem disse: ”Eu assumo esta responsabi­lidade e quando chegar a hora da morte, não sou eu que vou dizer não sabia, estou preparado”? A UNITA mostrou até agora, é verdade, que sabe o que é a democracia e adoptou-a definitiva­mente. E é exactament­e por isso que permitiu que no seu seio se gerasse gentalha como Fernando Heitor, Geraldo Sachipengo Nunda ou “Black Power”. Mas também é verdade que gerou Gente como Alda Sachiango, Isaías Samakuva, Alcides Sakala, Paulo Lukamba Gato, Samuel Chiwale, Jeremias Chitunda, Adolosi Paulo Mango Alicerces, Elias Salupeto Pena, Jonas Savimbi, António Dembo ou Ar- lindo Pena “Ben Ben”. Isaías Samakuva mostrou ao mundo que as democracia­s ocidentais estão a sustentar um regime corrupto e um partido que quer perpetuar-se no poder. E de que lhe valeu isso? De nada. Esse regime corrupto continua, entre outros crimes, a comprar no mercado da UNITA. Depois da última hecatombe eleitoral, provocada também pela ingenuidad­e da UNITA acreditar que Angola caminha para a democracia, Samakuva alterou os jogadores, a forma de jogar e prometeu, continua a prometer, melhores resultados. O líder da UNITA conseguiu juntar alguns bons jogadores mas esqueceuse que não bastam bons jogadores para fazer uma boa equipa. Esqueceu-se que, como dizia Savimbi, os inimigos mais perigosos são os que julgamos amigos mas que nos apunhalam pelas costas. Estaria o Mais Velho já a antever o que Fernando Heitor faria um dia? Muitos desses craques (Fernando Heitor é apenas o mais recente exemplo) não conseguem olhar para além do um- bigo, do próprio umbigo. Habituaram-se de tal maneira à lagosta que esqueceram a mandioca, que esqueceram que Savimbi também ensinava que era preferível ser livre de barriga vazia do que escravo com ela cheia.

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