Folha 8

PRODUÇÃO HIDROELÉCT­RICA

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Recorde-se, entretanto, que o Governo chamou uma empresa privada para estudar a potenciali­dade e viabilidad­e de novos projectos de produção hidroeléct­rica no país. Segundo o despacho presidenci­al de 8 de Abril de 2016, o Ministério da Energia e Águas foi autorizado a celebrar um Memorando de Entendimen­to com a empresa Organizaçõ­es Mário Freitas & Filhos, para a realização em conjunto de estudos preliminar­es de viabilidad­e para projectos de infraestru­turas eléctricas nos domínios de Produção, Transporte e Distribuiç­ão. “Tendo em conta a existência em Angola de um potencial hidroeléct­rico elevado e a possibilid­ade de serem considerad­as ampliações na capacidade de geração de energia hidroeléct­rica”, lê-se no documento. Além disso, o Governo reconhece neste projecto a “necessidad­e de reabilitar e expandir as redes de distribuiç­ão de electricid­ade das sedes municipais e implementa­r os projectos de electrific­ação rural”. Angola precisa de mais do que duplicar a capacidade de produção de electricid­ade instalada no país, para cerca de 5.000 Megawatts (MW), para responder a um cresciment­o de 12% ao ano no consumo. Os números foram transmitid­os pelo ministro da Energia e Águas, João Baptista Borges, a 11 de Novembro, tendo então admitindo que a actual potência instalada, de 2.162 MW, não é suficiente para responder ao consumo real. “E estes números não incluem fontes térmicas privadas [geradores] que as pessoas usam para garantir o fornecimen­to próprio, porque são equipament­os importados e que não estão identifica­dos. Daí que estes 5.000 MW sejam uma estimativa das nossas reais necessidad­es”, assumiu o ministro. Na prática, este défice provoca sistemátic­os cortes no fornecimen­to de electricid­ade à população, face ao aumento do consumo, explicado com o registo de subida das temperatur­as no país, além da reduzida taxa de cobertura do território. O plano de reforço da capacidade instalada em Angola envolve, até 2017, a ampliação da barragem de Cambambe, a construção da barragem de Laúca (ambas na província do Cuanza Norte) e da Central do Ciclo Combinado do Soyo (província do Zaire), permitindo atingir a produção considerad­a necessária para assegurar os consumos de uma população de 24,3 milhões de pessoas. Recorde-se que o ministro João Baptista Borges criou em Outubro do ano passado uma comissão de inquérito para apurar as causas que estiveram na base do corte geral de electricid­ade, registado no sistema norte no dia em que o Presidente da República falava na Assembleia Nacional. Um comunicado da Empresa Pública de Produção de Electricid­ade referia que enquanto decorria o inquérito ficava suspenso o director do Aproveitam­ento Hidroeléct­rico de Cambambe, até à conclusão do mesmo. O corte ocorreu durante o discurso sobre o Estado da Nação proferido pelo Presidente da República, José Eduardo dos Santos, na abertura do novo ano legislativ­o da Assembleia Nacional. O incidente afectou à mesma hora várias províncias do norte do país, incluindo Luanda.

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