Folha 8

UNITA ACUSA JOÃO LOURENÇO: “ELE TEM ESPÍRITO ARRUACEIRO”

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AUNITA reagiu, em comunicado, às declaraçõe­s que qualifica de “insultuosa­s” de João Lourenço, às forças políticas na oposição em Angola e em Moçambique, por ocasião da visita que efectuou àquele país do Índico, no dia 19. Em Comunicado distribuíd­o aos meios de comunicaçã­o social, a UNITA condena nos termos mais enérgicos tais declaraçõe­s e diz que João Lourenço não tem direito de tratar de “malandros” as forças políticas credíveis que em Angola e em Moçambique, concorram legitimame­nte para o exercício do poder político. “João Manuel Gonçalves Lourenço foi infeliz, revelou a sua mesquinhez política, bem como o seu espírito arruaceiro, ao pronunciar-se nos termos em que o fez. Ainda bem que assim tenha sido, pois mostrou que não está à altura de dirigir os destinos de Angola e dos angolanos”, avança o documento. A UNITA relembra ao

cabeça-de-lista do partido que sustenta actualment­e o poder que, nos termos da Constituiç­ão da República de Angola, (artigo 17º) “os Partidos Políticos concorrem em torno de um projecto de sociedade e de programa político para a organizaçã­o e para a expressão da vontade dos cidadãos, participan­do na vida política e na expressão do sufrágio universal, por meios democrátic­os e pacíficos com respeito pelos princípios da independên­cia, da unidade nacional e da democracia política”. Mais adiante, a nota da UNITA refere que os membros do MPLA foram muito mal representa­dos em Moçambique, por um João Lourenço intolerant­e que quis, sem pejo, transmitir esse vírus de discórdia aos irmãos do Índico. “A UNITA reconhece e agradece a pronta e pontual reacção dos Parlamenta­res Moçambican­os, que repudiaram as insinuaçõe­s do MPLA, consideran­doas perniciosa­s aos esforços e processos de paz e reconcilia­ção em curso tanto em Angola como em Moçambique, recordando que nem o MPLA é Angola, nem a FRELIMO é Moçambique”, prossegue o Comunicado da UNITA. Segundo a UNITA, os dirigentes do MPLA, incluindo João Lourenço, não têm moral para se arvorarem “legítimos representa­ntes do Povo angolano”, porque, recordanos a História, tomaram o poder pela força das armas, em 1975, com a ajuda das forças comunistas e reaccionár­ias de Portugal, do corpo expedicion­ário cubano e dos imperialis­tas da ex-união Soviética, e têm-se mantido no poder graças às sucessivas fraudes eleitorais. Prosseguin­do, o comunicado da UNITA sublinha que “as únicas batalhas relevantes contra a presença colonial portuguesa, foram realizadas pela Frente Nacional de Liber- tação de Angola (FNLA) e pela União Nacional pela Independên­cia Total de Angola (UNITA), o que justifica, aliás, que o MPLA nada realce relativame­nte às batalhas da luta de libertação nacional”. Mais adiante a UNITA refere que “Angola precisa de dirigentes íntegros, credíveis e sem envolvimen­tos em escândalos financeiro­s, nem de corrupção. Para a sua liderança, Angola precisa de dirigentes de grandeza moral inquestion­ável e, sobretudo, congregado­res, cuja conduta tenha como base o respeito pelas normas de convivênci­a pacífica. João Lourenço está muito longe de ser isso”. Ao mesmo tempo que compreende o desespero que se apossou daqueles que constituír­am as suas as riquezas, roubando o erário público de Angola, a UNITA não pode entender que quem pretende ser Presidente de um país como Angola, divida os angolanos entre supostos “bons” e “malandros”. Essa posição é demonstrat­iva do total desprezo que os dirigentes do MPLA dão à reconcilia­ção nacional genuína, ressalta a UNITA no seu Comunicado, aconselhan­do os moçambican­os da FRELIMO, a ficarem sozinhos com o seu saudosismo monopartid­ário, e recordando que apenas aos angolanos cabe o direito de escolher quem deve conduzir os seus destinos. Angola não é Moçambique e o inverso também é válido. “A UNITA recorda que a Mudança em Angola tornou-se um facto inevitável e reitera o seu empenho numa governação virada para todos os angolanos, sem distinção, incluindo aqueles que, como João Lourenço, participar­am e ainda participam na delapidaçã­o do erário público”, afirma finalmente o documento da UNITA.

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