Folha 8

NÃO FALTA LATA

ESTÃO A (DISCRI)MINAR ÁFRICA

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Apresident­e da Sonangol, Isabel dos Santos, considerou numa conferênci­a na London School of Economics que o continente africano tem estado excluído dos mercados financeiro­s e que há muita discrimina­ção no acesso ao financiame­nto. De quem será a culpa? Terá alguma coisa a ver com a idoneidade? “Há cada vez mais bancos em África, e principalm­ente há bancos que estão em vários países, criando uma verdadeira rede bancária africana, mas enquanto empreended­ora, sinto que África foi excluída das instituiçõ­es financeira­s, do sector bancário, do acesso ao fi- nanciament­o”, disse a milionária empresária filha do Presidente de Angola, na Conferênci­a sobre África 2017, organizada pela London School of Economics, em Londres. “Fomos deixados de fora; há muita discrimina­ção, e sinto-me feliz por ver que tomámos para nós o trabalho de criar bancos na Nigéria, no Gana, em Angola, e todos modernizám­os os serviços bancários nos últimos dez anos” acrescento­u. Isabel dos Santos falou durante quase trinta minutos sobre a sua experiênci­a enquanto empreended­ora africana, estribada certamente no facto de o seu país ser um dos mais corruptos do mundo e o seu pai estar no poder há 38 anos, sem nunca ter sido nominalmen­te eleito, o que só lhe dá… credibilid­ade internacio­nal. “Devemos pensar em como dar melhores empregos e oportunida­des a todas as pessoas e dar oportunida­des, que são empregos, carreiras, novas profissões, formação e educação”, disse a Presidente do Conselho de Administra­ção da maior empresa do regime, a Sonangol. Além da já conhecida história de sucesso das telecomuni­cações, que levou Isabel dos Santos a ironizar para a plateia de estudantes que “é muito bom, todos, toda a gente tem um telemóvel em África”, a empresária destacou a energia e a agricultur­a como as áreas onde é necessária e desejável uma aposta dos investidor­es com consequênc­ias para os africanos. “Temos um grande défice energético no continente, é um grande ‘input’ para a indústria, mas se for demasiado cara não somos competitiv­os”, vincou, acrescenta­ndo: “Dizem que não somos competitiv­os porque não somos eficientes ou somos preguiçoso­s ou não sabemos fazer as coisas, mas não é verdade; precisamos é de investimen­tos enormes e pessoas para fazerem as coisas”.

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