SINPROF ARRANCOU COM A GREVE MESMO COM AMEAÇAS
AEducação está mal. O Titular do Poder Executivo e os seus auxiliares consideram o sector como parente pobre, por não terem filhos, nem afilhados a estudar nos estabelecimentos do Ensino Público. Os investimentos são escassos e os professores, não tem as melhores condições de trabalho, tão pouco são remunerados como deveriam, enquanto responsáveis pelos futuros quadros do país. É dentro deste quadro que o SINPROF decidiu levar a cabo uma greve, iniciada no dia 05.04, para reivindicar direitos legítimos nunca atendidos pelo ministério de tutela, que pretendeu dissuadir os docentes, ameaçando-os de cadeia, na velha lógica comunista de resolver as crises com intimidação, no caso da Procuradoria Geral da República e porrada da parte da Polícia Nacional do MPLA. O balanço dos primeiros dias, para os organizadores, foram positivos, pese algumas escolas terem os docentes comparecido, como na Secundária 1080, 21 de Janeiro/pan, onde os professores apareceram no período normal de aulas, apenas para assinar a lista de presença, mas não leccionaram. “Os professores eram obrigados a ficar por lá, por mais de duas horas, os alunos, também, tendo de assinar uma lista de presença, para além de terem de permanecer, nas salas de aulas, sem as ter. A direcção geral da escola informou aos professores em greve e aos “alunos solidários”que devem comparecer no período normal de aulas, até ao dia 07, considerado o último dia de greve, simplesmente para assinarem a lista de presença. Na escola N’gola Kiluanji e no Instituto Médio Comercial de Luanda, os alunos afirmaram: “os professores comparecem na escola, mas não dão aulas, por isso somos obrigados a ir para casa”, já na escola 3042, município do Cazenga direcção coagiu os professores a dar aulas, mas estes recusaram-se, mantendo-se fora do recinto. Ainda no município do Cazenga na escola 3032, tal como na 1080, as respectivas direcções exigem a presença dos professores, mas estes, negam-se a fazer o jogo das direcções. “Eles reclamam, exigindo a nossa não participação na greve do SINPROF, quando o Ministério da Educação e direcções províncias de Educação não respondem as grandes linhas de força do caderno reivindicativo, desde 2013, nomeadamente o aumento do salário, à promoção de categoria e a redução da carga horária, fundamentalmente”, informou ao F8, Manuel Azevedo a partir do Bengo. Por esta razão, a maioria dos docentes não se intimidou com as ameaças feitas pelo Ministério da Educação ao abraçar a greve, pese o deplorável teatro, protagonizado pelo deputado do MPLA, do Kwanza Norte, Ferreira Pinto, na mobilização e apresentação de alguns alunos e docentes, que alegadamente estariam contra a greve, mas essa acção não foi bastante, para demover os professores a lutarem pelos seus direitos, entre o dia 05 ao 07 de Abril.