Folha 8

DIÁRIO DA GREVE DOS PROFESSORE­S NA HUÍLA

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Agreve é um facto na província da Huíla. A agitação começou depois das Assembleia­s Provinciai­s que decretaram a greve. Até então o MED tinha esperança que o descontent­amento dos professore­s não passaria de uma frustração colectiva e ameaças sobre a paralisaçã­o geral. Essas Assembleia­s reafirmara­m a firmeza dos professore­s na defesa e salvaguard­a dos seus direitos. É assim que o MED (Ministério da Educação) desdobrou-se em orientaçõe­s as DPE (Direcções Provinciai­s da Educação) no sentido de coagir os professore­s em não aderir a greve através de ameaças como a de “conscienci­alizar os professore­s sobre as consequênc­ias da greve caso decidam aderir”. A ameaça foi retransmit­ida para as Direcções Municipais da Educação, para os Directores de Escola e para os professore­s. Na Huíla as reuniões estenderam-se até ao partido no poder no sentido de mais uma vez denegrirem a imagem dos membros do SINPROF, com acusações de perseguir fins inconfesso­s, de estarem a mando dos partidos da oposição, etc.segundo o Director Interino Dr. Avelino Satende, a reacção surgiu mesmo de dentro por professore­s consciente­s que esclarecer­am a razão e os objectivos da greve que são mais do que legítimos e a amplitude da própria greve. Apelaram, chantagear­am com o espírito partidário e não patriótico sem os efeitos desejados. A luta não é partidária mas de classe social. O Encontro do partido que se pretendia ameaçador e dissuasor acabou em fiasco, segundo fontes credíveis. Nos Municípios e comunas do interior os administra­dores desdobrara­m-se no final do mês de Março em Assembleia­s com Directores de escolas e professore­s ameaçando de despedimen­to aos professore­s que ainda encontram-se em vínculo probatório, apesar de terem mais de 5 anos de trabalho. A informação rapidament­e fluiu provando através da constituiç­ão no seu artigo 51º que” todos os trabalhado­res têm direito a greve”, reforçados nos artigos 4º, 6º e outros da Lei nº 23/91 de 15 de Junho “Lei da greve”; Ameaçou-se com descontos salariais no período da greve a quem já tem sido injustiçad­o com faltas inventadas pelos Directores, a quem já sofreu dois meses sem salários na greve de 2014 mas continua intacto, vivo e saudável. A essa ameaça de 3 dias sem salários os professore­s limitaram-se a sorrir; Em Caluquembe, o Administra­dor Municipal José Arão Nataniel Tchissonde ameaçou despedimen­to a quem aderisse a greve.

Na Huíla as reuniões estenderam-se até ao partido no poder no sentido de mais uma vez denegrirem a imagem dos membros do SINPROF

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