DIÁRIO DA GREVE DOS PROFESSORES NA HUÍLA
Agreve é um facto na província da Huíla. A agitação começou depois das Assembleias Provinciais que decretaram a greve. Até então o MED tinha esperança que o descontentamento dos professores não passaria de uma frustração colectiva e ameaças sobre a paralisação geral. Essas Assembleias reafirmaram a firmeza dos professores na defesa e salvaguarda dos seus direitos. É assim que o MED (Ministério da Educação) desdobrou-se em orientações as DPE (Direcções Provinciais da Educação) no sentido de coagir os professores em não aderir a greve através de ameaças como a de “consciencializar os professores sobre as consequências da greve caso decidam aderir”. A ameaça foi retransmitida para as Direcções Municipais da Educação, para os Directores de Escola e para os professores. Na Huíla as reuniões estenderam-se até ao partido no poder no sentido de mais uma vez denegrirem a imagem dos membros do SINPROF, com acusações de perseguir fins inconfessos, de estarem a mando dos partidos da oposição, etc.segundo o Director Interino Dr. Avelino Satende, a reacção surgiu mesmo de dentro por professores conscientes que esclareceram a razão e os objectivos da greve que são mais do que legítimos e a amplitude da própria greve. Apelaram, chantagearam com o espírito partidário e não patriótico sem os efeitos desejados. A luta não é partidária mas de classe social. O Encontro do partido que se pretendia ameaçador e dissuasor acabou em fiasco, segundo fontes credíveis. Nos Municípios e comunas do interior os administradores desdobraram-se no final do mês de Março em Assembleias com Directores de escolas e professores ameaçando de despedimento aos professores que ainda encontram-se em vínculo probatório, apesar de terem mais de 5 anos de trabalho. A informação rapidamente fluiu provando através da constituição no seu artigo 51º que” todos os trabalhadores têm direito a greve”, reforçados nos artigos 4º, 6º e outros da Lei nº 23/91 de 15 de Junho “Lei da greve”; Ameaçou-se com descontos salariais no período da greve a quem já tem sido injustiçado com faltas inventadas pelos Directores, a quem já sofreu dois meses sem salários na greve de 2014 mas continua intacto, vivo e saudável. A essa ameaça de 3 dias sem salários os professores limitaram-se a sorrir; Em Caluquembe, o Administrador Municipal José Arão Nataniel Tchissonde ameaçou despedimento a quem aderisse a greve.
Na Huíla as reuniões estenderam-se até ao partido no poder no sentido de mais uma vez denegrirem a imagem dos membros do SINPROF