Folha 8

A SITUAÇÃO VAI CONTINUAR DIFÍCIL

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Angola, acrescenta, enfrenta a inflação mais alta dos países do sul de África, com mais de 35% em Julho do ano passado, dez pontos percentuai­s mais alto que a subida do custo do dinheiro no Malaui, Zâmbia e Moçambique, e sofreu também uma desvaloriz­ação cambial de 40% face ao dólar. O Banco Mundial, diz, fornece empréstimo­s “a países com problemas de pobreza, por isso novos empréstimo­s em moeda estrangeir­a podem indicar que Angola vai pagar as dívidas”, mas, acrescenta, “um ponto importante é que a parceria estratégic­a para o ano fiscal de 2014 a 2016 está a chegar ao fim, no seguimento de um empréstimo de 650 milhões a Angola”. Por último, o analista diz que os investidor­es estarão particular­mente atentos à mudança política, já que o histórico Presidente já anunciou que não se vai recandidat­ar: “Perceber que tipo de liderança e quais as novas prioridade­s será fundamenta­l”. Recorde-se, em por menor, que a taxa de inflação em Angola, a 12 meses, voltou a descer em Fevereiro, pelo seg- undo mês consecutiv­o, fixando-se nos 38,3%, segundo dados do Instituto Nacional de Estatístic­a (INE). De acordo com o relatório do INE sobre o comportame­nto da inflação, os preços subiram de Janeiro para Fevereiro mais 2,30% em termos nacionais (2,25% no mês anterior), abaixo dos quase 4% de Julho. Entre Janeiro e Dezembro de 2016 os preços em Angola subiram praticamen­te 42%, segundo os relatórios anteriores do INE com o Índice de Preços no Consumidor Nacional (IPCN). Em Fevereiro, mês de arranque do ano lectivo em Angola, a subida de preços foi influencia­da sobretudo pelo sector da educação, com aumentos de 36,5% no sector da “Educação”, além do “Vestuário e Calçado”, com 3,02%, e dos “Bens e Serviços Diversos”, com 3,01%. O valor da inflação a um ano está acima da previsão de 15,8% para o período entre Janeiro e Dezembro que o Gov- erno inscreveu no Orçamento Geral do Estado de 2017. Desde Setembro de 2014 que a inflação em Angola não para de aumentar, acompanhan­do o agravament­o da crise económica, financeira e cambial decorrente da quebra na cotação internacio­nal do barril de petróleo bruto, o que fez disparar o custo nomeadamen­te dos alimentos, levando algumas superfície­s a racionar vendas. O Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, anunciou a 3 de Fevereiro um “novo programa macroeconó­mico executivo”, cuja estratégia “visa atacar com prioridade a inflação, para a reduzir de modo significat­ivo”, bem como a “diversific­ação e o aumento das exportaçõe­s e das receitas fiscais”. As subidas de preços no último mês em Angola foram lideradas pelas províncias de Luanda (2,59%), Lunda Norte (2,39%), Cuanza Norte (2,35%) e Cuanza Sul (1,96%), enquanto na posição oposta figuraram as províncias da Huíla (0,95%), do Bié (1,15%), do Huambo (1,42%) e de Benguela (1,54%).

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