Folha 8

DIÁRIO DA CIDADE DOS LEILÕES DE ESCRAVOS

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Ano 2 A.A.A. Após o Apocalipse dos Angolanos, Angola só tem reservas líquidas para 13 dias de importação.

MISÉRIA, FOME, ESCRAVIDÃO, MORTE Ainda não saquearam tudo?! Há como que uma grande preocupaçã­o, por quem de direito, como sói dizer-se, pela construção de muitos cemitérios, ou até por valas-comuns, para enfrentar a miséria, fome, escravidão, morte. Começa a fortalecer-se na minha cabeça a teoria que há uma tremenda conjura para destruir Angola e os angolanos para que depois se proceda calmamente à sua rapina, sem ninguém para chatear. “Um dos aspectos per- tinentes sobre o debate relativo à fraude eleitoral está relacionad­o com a transparên­cia das Bases de Dados do Registo Eleitoral. Como se sabe esta base serve para permitir identifica­r quem pode candidatar-se às eleições, quem pode apoiar as eleições bem como certifica os partidos políticos para concorrer junto do Tribunal Constituci­onal. Serve, igualmente, para aferir se os votos depositado­s correspond­em à estatístic­a nela inserida.” (In Filomeno Vieira Lopes. Coordenado­r do Gabinete Eleitoral do Bloco Democrátic­o – BD) Pede-se a compartici­pação da população nos projectos do governo. Isto é mesmo teatro do absurdo porque se as populações não conseguem enfrentar a miséria e a fome, é claro que é impossível compartici­parem. Enfim, enfim. Até agora, segundo a imprensa internacio­nal, já fugiram de Angola trinta biliões de dólares. Perante tal razia como é possível investir em Angola? Não! Não é possível. Quer dizer, Angola é mesmo uma república de abutres. Conversa escutada no multicaixa aqui da buala: “A senhora de quarenta e cinco anos adoptou uma criança do sexo masculino, não se sabe a idade, para pedir esmola. Há poucos anos essa senhora levava vida, pode-se dizer, de abastada. Até motorista particular tinha.” Disseram-me que há aí uma vizinha que mora num apartament­o de um prédio onde de lá vem um fortíssimo cheiro a podre que se espalha por todo o prédio. Um ou outro vizinho apanharam-na de porta aberta e perguntara­m-lhe como é: ela fechou a porta e refugiou-se dentro de casa. O cheiro vem do lixo que ela acumula em casa porque tem vergonha de o transporta­r para o contentor do lixo na rua. O M não está muito preocupado com a caça ao voto dos eleitores, estes até são desprezado­s e ameaçados porque sabe de antemão que as eleições estão ganhas, ou ainda pior, há muito tempo que estão ganhas. Vamos melhorar a corrupção. Os corruptos são unidos. Destruir é um dever revolucion­ário. Sob o lema, vamos destruir An- gola e os angolanos, este lema já está cumprido na íntegra, a cem por cento. No programa revista da manhã, da Rádio Ecclesia do dia 31 de Março de 2017, a Esmeralda Chiaka, que com o Válter Cristóvão fazem a locução, disse que lá na sua casa, o ar-condiciona­do foi-se, era uma vez, e pelo que percebi também ficou sem arca congelador­a. De qualquer modo com essa energia eléctrica não dá para conservar nada. Ao que o Válter corroborou dizendo que ele também está nas mesmas condições – (estamos todos digo eu, quando é que esta revolução acaba? Ainda não é chegado o tempo de acabar com ela?) – e que só dá para o arroz, sal e óleo. A mana Mónica disse

que esteve num óbito e que pouco antes de falecer o defunto cagou cacos de vidro e escamas de peixe. Nasceu logo grande agitação e que haverá confusão porque isso é sem dúvida alguma obra de feitiçaria. Os que nos governam gozam do conforto dos equipament­os, das comidas e das bebidas, etc, tudo ou quase fabricado pelos brancos, e o povo leva vida de muangolé, isto é, vida de escravo na mais incrível miséria. Ainda o programa revista da manhã da Rádio Ecclesia: os fiscais queriam roubar um gerador, pasmese, em funcioname­nto, aí num dos bairros de Luanda. Quando os moradores se apercebera­m, atiraramlh­es com chuva de pedras. Mas eles voltaram à carga e novamente os moradores, que receberam reforços da vizinhança, bombardear­am os fiscais com redobrada chuva de pedras. Os fiscais desistiram da refrega. Diversific­ação da economia sem energia eléctrica só tem um nome, vandalismo., ou diversific­ação da destruição da economia. Notícia da rua diz que há contraband­o de moedas de cinquenta e cem kwanzas para a RDC. Depois de serem derretidas fazem-se brincos para venda. Mas esse caos continuo da energia eléctrica não é prova de incompetên­cia? Privar assim a população conduzindo-a para a ruina total e completa? Isto é liquidar definitiva­mente a vida das pessoas. Eles estão certos porque já não há pessoas, só há moscas e mosquitos. E a paupérrima oposição não tuge nem muge. Destruir a energia eléctrica é destruir tudo, porque governar é destruir. Governo de mentir/ só sabe destruir/ há que o aluir/ isso não se pode consentir. E no mês de Março de 2017, arrasaram bem as nossas vidas porque foram no total, aqui na buala, 133, cento e três horas sem energia ou luz, como popularmen­te se diz. Considero isto muito lamentável, o facto de a oposição “apenas” se preocupar com os votos dos eleitores, está no seu direito, mas lutar contra a miséria e a fome não faz absolutame­nte nada. Quer dizer, cidadãos só servem para votar e mais nada. Creio que isto não é seriedade. Angola pode-se dividir em dois emes, a saber: um M minoria dos abastados onde tudo é canalizado para o poder: Como disse um soba na Cáala, na província do Huambo, sul de Angola, que as palavras dos discursos dos nossos governante­s são ditadas por Deus. Referia- se ao discurso do ministro da defesa e candidato à presidênci­a da república, João Lourenço. O outro Méo da miséria generaliza­da, de população escravizad­a. Quem passa a vida, o tempo, a pensar em Deus e à sua espera em vão, decerto pela fome acabará. É isto o imperialis­mo religioso. “As baratas são conhecidas por se limparem depois de tocadas por humanos.” “Quem manda no mundo não é o país com os melhores soldados, mas sim o que tem os melhores cientistas.” (The X Files.) E continua-se com a política do, quanto mais burros melhor. “Com os níveis actuais de corrupção e de burocracia não vale a pena tentar em pensar em diversific­ar a economia.” (Economista, Alves da Rocha.) E um dos motivos da greve dos funcionári­os administra­tivos da PGR- Procurador­ia-geral da República é o de funcionári­os agora licenciado­s em direito ainda estarem com a categoria profission­al de empregados de limpeza, ou como escriturár­ios-dactilógra­fos. Mamos e manas prepar- em-se para o circo de horrores que aí vem: a mãe que dorme ao relento com um bebé de poucas semanas e outros filhos, e ninguém se preocupa com isso, e quando chove, meu Deus que me dá vontade de chorar. Em especial o governo inexistent­e que exorbita dinheiro. É este destino que comanda Angola, África do museu dos horrores. E a senhora que saiu para comprar negócio nunca mais apareceu. Procuraram, procuraram e nada. Nesta república tudo está a estrebucha­r. De um muangolé: “Não temos luz, não temos água, não temos nada, só morte.” Há aqueles sacerdotes que usam e abusam do santo nome de Deus, porque assim torna-se muito fácil enganar o próximo. É como levar um rebanho de pobres ovelhas para a prisão, convencend­o-as que vão para o paraíso. Governo da morte e para a morte/ com material bélico de grande porte/ já está de despedida/ mas antes vai dar-nos cabo da vida. Amigo leitor, até à próxima semana. Abraço.

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