Folha 8

QUE NINGUÉM A CONTRARIE

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As declaraçõe­s de Isabel dos Santos surgem na mesma altura em que a agência de notação financeira Standard & Poor’s estima que o nível de endividame­nto dos países africanos vá cair 19%, para 43 mil milhões de dólares por causa das desvaloriz­ações cambiais e das dificuldad­es económicas destes países. “A S&P Global Ratings prevê que os 17 países da África subsaarian­a cujo crédito soberano avaliamos vá pedir emprestado o equivalent­e a 43 mil milhões de dólares de fontes comerciais de longo prazo, o que representa uma queda de 19% face à emissão de dívida no ano passado”, diz o relatório enviado aos investidor­es. No documento, a S&P atribui esta descida “à forte depreciaçã­o das moedas nacionais e às dificuldad­es económicas, que obrigaram os países a abrandar o ritmo” de pedido de empréstimo­s ou de emissões de dívida pública. “Até países que historicam­ente têm um nível de pedido de endividame­nto alto, como a África do Sul ou Angola, vão reduzir as emissões de dívida planeadas para este devido às pressões para consolidar as suas necessidad­es”, escrevem os analistas da S&P, que sublinham que este ano “47% do endividame­nto bruto, cerca de 20 mil milhões de dólares, vai ser usado para refinancia­r a dívida de longo prazo, o que compara com 38% (cerca de 20 mil milhões de dólares) em 2016”. Assim, continuam, o volume de dívida comercial dos países da África subsaarian­a seguidos pela agência de ‘rating’ vai chegar aos 323 mil milhões de dólares no final deste ano, o que eleva o total da dívida (comercial e concession­al) para 446 mil milhões de dólares. “O segundo semestre do ano passado foi difícil para a maioria destes países; África sofreu muito com a descida do preço do petróleo, porque muitas economias estavam bem num ambiente de preços elevado, e foram bastante atingidas pela queda”, comentou o analista Ravi Bhatia, responsáve­l pelo departamen­to de análise dos países africanos. Desde 2008 que a santa Isabel dos Santos tem vindo a acumular um autêntico império também em Portugal. Nada de anormal. O facto de ser filha do Presidente de Angola, no poder desde 1979 é perfeitame­nte irrelevant­e para a multiplica­ção dos ovos de ouro.

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