Folha 8

OU ELES (PAI & FILHOS) OU O DILÚVIO

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A esposa de Sindika Dokolo, recentemen­te medalha de ouro das “olimpíadas” demagógica­s de Rui Moreira, presidente da Câmara Municipal do Porto, tem investimen­tos directos na banca, nas telecomuni­cações, na energia e no imobiliári­o, e indirectos em quase tudo o resto. São muitos milhões. Serão mais de três mil milhões de euros, só em Portugal. Tudo, é claro, dinheiro limpinho. Nascida em 1973 em Baku (Azerbaijão, ex-união das Repúblicas Socialista­s Soviéticas, a URSS), Isabel é a primeira filha de José Eduardo dos Santos, um presidente que é um sério candidato a um qualquer Prémio Nobel e, igualmente, uma figura cuja visão é muito superior – segundo os seus súbditos – a qualquer outro político do passado e do presente. Perante a separação dos pais (a mãe é a jogadora de xadrez russa Tatiana Kukanova), Isabel foi viver com a mãe em Londres, onde estudou engenharia no King’s College, e conheceu seu futuro marido, Sindika Dokolo, com quem se casou em 2002. Nessa época, contam os cronistas do reino, Isabel abriu o seu primeiro negócio, um bar na baía de Luanda. Terá sido nos recantos desse negócio que descobriu a mina ou chocadeira que a transforma­ria na mulher mais rica do continente africano… e arredores. Os cronistas anti-regime (leia-se defensores de um Estado de Direito) falam que o autor do milagre é, isso sim, o seu pai que, no uso dos seus poderes (que gosta de dizer que são democrátic­os), tem uma comissão em tudo quanto envolva dinheiro. A ideologia socialista/comunista de Eduardo dos Santos só durou até o final dos anos 1990. Foi então que, por obra divina, abraçou o capitalism­o e começou a assinar contratos de concessão com o capital privado estrangeir­o para a exploração dos inesgotáve­is recursos naturais que deveriam ser de todos mas que, obviamente, passaram a ser seus e dos seus comparsas.

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