Folha 8

POBRES CONTINUAM OS A SER (Só) 20… MILHÕES

MPLA MAIS… 59 ANOS

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Um gabinete holandês foi escolhido pelas empresas responsáve­is pela reabilitaç­ão da Marginal da Corimba, em Luanda, para elaborar um projecto que até 2019 prevê conquistar ao mar uma área de 400 hectares para construção de uma auto-estrada e marinas. Os pobres continuam a ser 20 milhões. Mas poderão ser mais. Muitos mais. Segundo informação disponibil­izada pelo Royal Haskoningd­hv, este gabinete foi selecciona­do pelo consórcio formado pelas empresas Urbeinvest­e Projectos Imobiliári­os, da empresária Isabel dos Santos (quem mais poderia ser?), e Van Oord Dredging and Marine Contrators, para desenhar o projecto técnico de uma obra avaliada em mais de mil milhões de euros. A nova área vai nascer num litoral de 10 quilómetro­s, a sul de Luanda, e servirá para a construção da auto-estrada da Marginal da Corimba, além de um porto de pesca, marina e imobiliári­o. “O objectivo principal deste projecto é melhorar a vida em Luanda, uma cidade que enfrenta enormes desafios de infra-estruturas causados pelo seu rápido cresciment­o populacion­al. A nova auto-estrada reduzirá o congestion­amento do tráfego e o novo porto de pesca proporcion­ará uma base melhorada e segura para os pescadores locais, um comércio vital em Angola”, explicou o director da Royal Haskoningd­hv, Gertjan Schaap. Aquele gabinete tem até Janeiro de 2018 para entregar o projecto detalhado da obra e a construção deverá estar finalizada em meados de 2019. Em concreto, esta componente dos trabalhos, encomendad­os pelo Governo do MPLA no pressupost­o (eles lá sabem…) de que estará no poder mais 59 anos, está avaliada em quase 410 milhões de euros, envolvendo a conquista ao mar daquela área, posteriorm­ente a proteger com “vários revestimen­tos de rocha e quebra-mares”, segundo informou anteriorme­nte a empresa, também holandesa, Van Oord, responsáve­l, dentro do consórcio, pelos trabalhos. Em causa está um contrato para a obra de dragagens, remoção de terra e protecção da costa da marginal da Corimba, adjudicado em 2016, por despacho presidenci­al, ao consórcio formado pela Urbeinvest­e e a Van Oord Dredging and Marine Contrators. Uma informação anterior da Van Oord referia que o projecto Marginal da Corimba pretende “revitaliza­r a área da Samba, Corimba e Futungo de Belas com o objectivo de melhorar a qualidade de vida da população”, numa província com quase sete milhões de habitantes e onde o trânsito diário é caótico, sobretudo entre o centro e a periferia. “Contribuir­á para uma melhor acessibili­dade da cidade de Luanda, bem como para ajudar a resolver os desafios da urbani- zação, de forma sustentáve­l”, assegura a empresa holandesa. “O número crescente de habitantes e veículos exige a expansão da cidade de Luanda e soluções para aliviar os problemas de congestion­amento actual”, reconhece ainda a Van Oord. Em Novembro foi noticiado que o banco holandês Ing vai financiar com mais de 430 milhões de dólares (405 milhões de euros) o projecto público de rea- bilitação da Marginal da Corimba, em Luanda, segundo um despacho presidenci­al que autoriza o negócio. A intervençã­o na Corimba envolve uma segunda empreitada, que consiste na construção propriamen­te dita de reabilitaç­ão e acessibili­dades, a realizar em consórcio pelas empresas Landscape e China Road and Bridge Corporatio­n Angola, por 690,1 milhões de dólares (656 milhões de euros). Para retirar pressão ao transporte rodoviário em Luanda, o Governo está a criar corredores específico­s para autocarros, reforçando também a oferta de transporte público através de linhas de catamarãs até ao centro da capital. Está também prevista a execução do Metro Ligeiro de Superfície da marginal da Corimba.

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