ORGULHOSAMENTE PRETO ABOMINO O ROUBO AO ESTADO
Opaís está numa encruzilhada perigosa, impondo ao detentor do poder a coragem e ousadia de liderar um Pacto de Regime, com todas as forças vivas de Angola, para se lançar a semente sobre os grandes compromissos do país. Um Pacto não visa a partilha do poder ou distribuição de ministérios a oposição, mas escalpelizar, com todos, um verdadeiro “projecto – país”, debatendo-se os cancros que emperram o harmonioso desenvolvimento económico de Angola. Nesse fórum, olho nos olhos, as duas barricadas: poder e oposição (incluindo forças organizadas da sociedade civil) comprometendo-se em acabar com a discriminação institucional, a fraude eleitoral, a corrupção, o sistema bancário partidarizado, o nepotismo, a riqueza ilicitamente acumulada, a partidarização dos órgãos da Polícia e Forças Armadas, a segurança dos que saiem do poder, a reforma imparcial dos símbolos nacionais, para que na mudança de regime, não haja a tentação de uma caça às bruxas ou confisco do património individual de ex-governantes e familiares, com as devidas ressalvas. É preciso ver e sentir o país, para além do horizonte umbilical, para não haver surpresas radicais, no futuro. -Senhor jornalista este país está uma m..., chegou a um ponto onde até a esperança se perdeu. - Como assim? - Assim mesmo, com a fome e a miséria extrema da maioria enquanto uma minoria bilionária vive principescamente! - Como considera, os nossos dirigentes? - São um bando de bandoleiros, de maldosos, que não se interessam pelo sofrimento do povo... - Como assim? - Eles são prepotentes. Arrogantes. Assassinos. Analfabetos. Corruptos, que roubam o nosso dinheiro, para beneficio próprio. - Todos? - Não! Existem uns pouquíssimos bons, mas os outros, tanto roubam, como matam... - E acha normal? - Bom, nós somos pretos e em Angola e África é assim, quem governa fica com tudo, até privatiza a corrupção, para piorar a vida do povo, sem água, luz, etc... O diálogo arrepia. E arrepia pela força da “vox populi”, face ao fraco desempenho dos governantes, vistos como uma gang de LADRÕES de colarinho branco e CORRUPTOS institucionais, confortavelmente instalados no poder. Uma coisa discordo, com o entrevistado, enquanto preto, orgulhosamente, angolano e africano, que não é CORRUPTO, nem LADRÃO da coisa pública e do público, logo, não defendo como fatalidade, os maus exemplos de uma governação, que parece mais comprometida com a roubalheira, do que servir os cidadãos que dirigem. A insensibilidade e instinto maldoso, nada tem a ver com a cor da pele e o continente, mas com a mentalidade de subdesenvolvido, incapaz de pensar além da fronteira umbilical. António de Oliveira Salazar era branco, colonialista, fascista, oprimia os povos de Angola e Portugal, tinha igualmente, mentalidade subdesenvolvida, que não lhe permitiu ver, que o colonialismo tinha os dias contados, mas distinguia-se dos actuais governantes angolanos, por nunca ter roubado os cofres públicos do Estado português, não era corrupto, não tinha contas nos paraísos fiscais, não praticava o nepotismo. Esse factor levou-o a fazer mais em muitos aspectos, para os colonizados, como eliminar ou reduzir várias epidemias (demonstram as estatísticas), desgraça- damente ressuscitadas pela incompetência do actual regime angolano, ao ponto de causarem milhares de mortes, como o paludismo, a cólera, a doença do sono, etc, porque o dinheiro dos fármacos ter sido desviado para as contas privadas de dirigentes. Mas, reconheço, nem todos dirigentes, mesmo no actual executivo, são LADRÕES e CORRUPTOS, infelizmente, estando juntos, acabam misturados, na hora do cadastramento final. A inversão desta dantesca situação, compete aos lesados, com a higiene intelectual que se requer, em momento de crise, chamando “os gatunos pelos nomes”, assumindo de seguida a ruptura, com a ladroagem. Isso ajuda a separar as águas, em relação aos “governantes bons” e “governantes maus” cuja imagem dantesca é pintada, pejorativamente, em qualquer mural popular; “são uma cambada de gatunos e assassinos”, seguindo-se “eles valem-se do facto de, até hoje, a Polícia e as FAA, serem, uma espécie de braço armado do MPLA, mas até um dia...”, ou ainda “o povo não devia ter medo de sair a rua e enfrentar tudo, como fazem os outros povos”, sendo a mais depreciativa, “nós, os pretos, não vamos longe pela ambição dos dirigentes, que chegam a privatizar a corrupção, para prejudicar o povo”, finalmente a mais corriqueira; “eles são piores que os colonialistas portugueses” estes são relatos verdadeiros, escutados desde o alvorecer do dia, nos candongueiros, sendo uns mais apimentados do que outros, na baúca (parte de trás ou banco traseiro do táxi). Neste momento, tudo incrimina, não o governo de Angola, constitucionalmente, inexistente, mas o Titular do Poder Executivo, pelos piores exemplos de governação, já que bifurca em si, todos os poderes, mas tam- bém, toda responsabilidade criminal, além do art.º 127.º. da Constituição, mesmo que praticada por terceiros, agentes públicos... Os dirigentes há muito deixaram de respeitar os cidadãos, sendo o inverso verdadeiro, daí as conversas, sem censura e limites, serem o “canhão” popular diário das “GMV” (Grandes Manifestações Verbais), andarilhas, nos becos, ruelas, pracinhas, mercados, porque aliadas naturais do sofrimento, do desemprego, da fome, da miséria, impossíveis de controlar, como as manifestações fisícas de rua. O exemplo da irreverente onda dos 15+2, jovens revolucionários, que “desafiam” a ditadura do regime, começa a capitalizar outras sensibilidades, que se começam a libertar do medo. Um medo, ainda fundado, na força das baionetas e balas reais da Polícia Nacional e Forças Armadas (considerados braços armados do MPLA), que no cumprimento das “ordens superiores” alvejam os corpos de inocentes cidadãos, que pacificamente, apenas pretendem corporizar o art.º 47.º da Constituição. A violação descarada da Constituição, com o cometimento de crimes, por parte dos actuais comissários da Polícia e generais das FAA, felizmente, não prescrevem, logo, um dia serão levados às barras do tribunal, por se terem vergado as mordomias da corrupção. Na realidade, para nossa desgraça colectiva, nunca um mal foi tão transversal na governação do MPLA/ JES, como o cancro da corrupção. Uma corrupção responsável pela falência total de dois bancos: CAP (Caixa Agro Pecuária) e BESA (Banco Espirito Santo-Angola) e falência técnica de três (3), BPC (Banco de Poupança e Crédito), BCI (Banco de Comércio e Indústria) e BDA (Banco de Desenvolvimento Ango- lano), caricatamente, sem consequências criminais dos seus actores. Só no BESA o antigo homem forte Álvaro Sobrinho é acusado de ter roubado, mais de 250 milhões de euros, estando agora 160 milhões de francos suíços, equivalente a 150 milhões de euros, confiscados na Suécia, mas em Angola ele continua VIP, na lógica da roubalheira, com bênção das “Ordens Superiores” compensar. Não é a toa que ele continua a ser a peça chave do descaminho dos mais de 5,7 mil milhões de dólares. Ainda na cavalgada da corrupção, em Espanha a Procuradoria Anti-corrupção e o Tribunal (Audiência Nacional) já indiciaram 11 pessoas como arguidas, implicados numa mega transacção comercial internacional, sob a acausação de corrupção, branqueamento de capitais, suborno e organização criminosa, envolvendo a ex-ministra do Comércio, Rosa Pacavira, que havia apresentado, em 2013, um projecto de construção de um mercado abastecedor de raiz, no Km 30, em Luanda, com uma empresa espanhola, mas não passou de uma simples reabilitação, tendo sido desembolsados 550 milhões de dólares. Igualmente conhecedor do processo e que se desconfia ter impressões digitais, segundo as investigações, está Gerturdes Costa, antigo chefe da Casa Civil do Presidente Eduardo dos Santos. Ainda, sobre esta engenharia, em 2016, o governador de Luanda, Higino Carneiro confirmou nova requalificação do espaço, avaliado em novos milhões. É no quadro do desvio desta “milhonada” de dólares, que o Executivo angolano, tem lugar de destaque na corrupção mundial. Levantemos a nossa voz de indignação dando um BASTA Á CORRUPÇÃO E AOS CORRUPTOS, para salvarmos o país da derrocada total.